Tambaqui de tanque-rede: qualidade microbiológica, valor nutricional e rendimento

Abstract

O tambaqui é consumido tradicionalmente em tamanho comercial (1 a 3 kg), mas também entre 0,350 a 0,450 kg, sendo denominado Curumim(C). Objetivou-se avaliar a qualidade microbiológica do tambaqui em tamanho comercial (TC) e caracterizar o valor nutricional e rendimento de tambaquis em duas classes de tamanho: Curumim (C) e TC, provenientes de tanques-rede. O efeito do tamanho sobre a composição centesimal e rendimento do peixe foi avaliado em delineamento inteiramente casualizado com 12 repetições, enquanto para as análises microbiológicas, utilizou-se um peixe de cada tanque-rede. C apresentou teores de proteína (19,08%), cinzas (2,91%) e umidade (71,58%) superiores aos de TC, 17,83%, 2,00% e 68,25%, respectivamente, enquanto extrato etéreo foi maior para TC (9,25%), contra 5,16% para C. O rendimento foi de 70,04% para C e 65,55% para TC. Cinquenta por cento (50%) das amostras apresentaram contaminação por S. aureus, entretanto, dentro dos limites estabelecidos pela legislação. Constatou-se presença de salmonella em 91,67% das amostras, enquanto 75% delas apresentaram contaminação por coliformes totais e 8,34% por E. coli, denotando contaminação da água de cultivo. O C apresentou valor nutricional adequado e melhor rendimento em relação ao TC. A inserção do C nas dietas dependerá da aceitação pelos mercados onde sua comercialização não esteja estabelecida. Os resultados das análises microbiológicas realizadas com o tambaqui em tamanho comercial sugerem predisposição da espécie para o desenvolvimento de Salmonella spp. na superfície corporal.

Difference in nutritional values between wild and farmed tambaqui in the north region of Brazil

“…Therefore, in fish such as tambaqui fry, moisture makes up about 65% of the fillet (Terrazas et al, 2002;Mendonça et al, 2011), while in the juvenile phase (Lima et al, 2018;Oliveira et al, 2020) up to adult (Sales & Maia, 2013;Mesquita, 2013;Lima et al, 2018) values can vary from 70 to 80% of water present in the meat, corroborating with the results presented here since both wild tambaqui (≈ 79.8) and farmed tambaqui (≈ 76.5) had similar average moisture levels. Other species of fish such as pacu (Piaractus mesopotamicus Holmberg, 1887) (Ramos et al, 2008;Cortez et al, 2010;Zuanazzi et al, 2013), tilápia (Oreochromis niloticus Linnaeus, 1758) (Cortez et al, 2010;Sales & Maia, 2012;Colpini et al, 2017) and piauçu (Leporinus microcephalus Garavello & Britski, 1988) (Lanzarin et al, 2017) showed the same pattern with moisture ranging from 60 to 80%, both for wild fish and for farmed fish.…”

“…Tambaqui fry exhibit high ash content, varying between 10 and 15% (Terrazas et al, 2002;Mendonça et al, 2011). These values decrease as individuals grow, since juveniles have values between 0.7 and 2.9% (Lima et al, 2018;Oliveira et al, 2020), and the same pattern is observed in adulthood, from 0.7 to 2.7% (Sales & Maia, 2013;Mesquita, 2013;Lima et al, 2018). Also, adult piauçu (Lanzarin et al, 2017) and juvenile tilápia (Cortez et al, 2010;Sales & Maia, 2012;Colpini et al, 2017) and pacu (Ramos et al, 2008;Cortez et al, 2010;Zuanazzi et al, 2013), have these same characteristics.…”

“…In addition to being responsible for organoleptic characteristics, such as the texture and flavor of food (Moore et al, 2010). Crude protein in tambaqui fry can reach up to 45% of DM (Terrazas et al, 2002;Mendonça et al, 2011), while in juveniles (Lima et al, 2018;Oliveira et al, 2020) and adults (Sales & Maia, 2013;Mesquita, 2013;Lima et al, 2018) this can vary from 15 to 23%. Other species such as tilápia, pacu and piauçu show protein values of up to 20% of DM (Zuanazzi et al, 2013;Colpini et al, 2017;Lanzarin et al, 2017).…”

Qualidade da Água e Hidrodinâmica como Parâmetros Ambientais na Piscicultura de Tanques-Rede no Estuário do Rio Amazonas

“…De modo a garantir a segurança sanitária do cultivo, e evitar, por exemplo, a elevação da concentração de CT, E. coli e NH 3 no ambiente aquático que inviabilize o sistema de produção. Dos Santos Oliveira et al (2020) identificaram a presença de coliformes totais em 75% das amostras de Tambaqui curumim, e isso poderia indicar contaminação da água onde esses peixes foram criados.…”