Este trabalho enseja a revisão conceitual da geomorfologia da bacia do Rio São Francisco, no noroeste de Minas Gerais, recorrendo à proposição de uma nova abordagem do relevo através do exemplo do Planalto Paracatu-Urucuia. A nova unidade foi descrita como um compartimento morfoestrutural, inserido no domínio do cráton do São Francisco. Sugere-se a delimitação do compartimento a partir do mosaico de informações topográficas e geológicas, o qual indica uma origem associada a movimentos transpressivos resultantes dos esforços do cinturão orogênico Brasília sobre o cráton do São Francisco, do que resulta um bloco saliente. A essa feição foi aplicado o conceito de morfoestrutura e sua individualização se deu a partir de lineamentos crustais cujas idades remontam ao Pré-Cambriano, embora haja evidências de sua reativação. A nova unidade foi delimitada por feições estruturais seguida da descrição de aspectos relacionados à morfologia, substrato geológico, cobertura superficial e estruturação da rede drenagem.