O proposto texto parte de conceitos ambivalentes, de proposições fugidias e de noções de atravessamento para pensar o processo de criação da obra de arte. Apresentaremos fronteiras, ilusões, trapaças e idiotices como táticas operativas do Bobo da Corte, que realiza utopias por construções artísticas. Articulando pares opostos como alto e baixo, passado e futuro e verdade e mentira, o pensamento utópico é aqui valorizado como aquele que está voltado para o tempo presente ao invés da infinita projeção para o futuro. Assim, pretendemos situar a utopia na suspensão do presente para garantirmos a mentira como verdade poética e, com isso, a construção de percursos improváveis como prática artística.