“…Nos dias subsequentes, condições aeróbias estabeleceram-se, prevalecendo até o fim dos 10 dias. Os valores de OD registrados permaneceram próximos ou acima da saturação durante as horas de radiação, com concentrações médias (picos) que chegaram a 25 mgO 2 L -1 no período da tarde.O comportamento cíclico do oxigênio dissolvido e as concentrações transientes de supersaturação na massa líquida, com picos de OD que se aproximam de 40 mgO 2 .L -1 , são comumente relatados em sistemas de lagoas(EL OUARGHI et al, 2000;MENDOZA et al, 2013;ARBIB et al, 2017;PASSOS et al, 2019).Essa condição é resultado da intensa produção de oxigênio fotossintético pelas microalgas, principalmente nas horas centrais do dia(ARBIB et al, 2017), que resultam em taxas de produção superiores aos processos de consumo e de transferência de OD para a atmosfera(EL OUARGHI et al, 2000).O pH (Figura 3), também governado pela atividade das microalgas (ABDEL-RAOUF; AL-HOMAIDAN; IBRAHEEM, 2012), aumentou no decorrer do tratamento, atingindo o máximo de 9,56 (às 16 h, ciclo 1), ao final dos 10 dias.Valores ainda maiores de pH (entre 10 e 11) podem ser atingidos em LPBS, a depender do tempo de ciclo, da configuração da lagoa e da sazonalidade, porém são dificilmente encontrados em lagoas convencionais, que geralmente são neutros ou levemente alcalinos(KAYOMBO et al, 2000;DIAS et al, 2014;PASSOS et al, 2019). Valores elevados desse parâmetro, apesar de poder ser prejudicial a certos tipos de microalga, contribuindo para reduzir a produtividade na lagoa(SÁNCHEZ et al, 2008), tornam-se benéficos à remoção de constituintes do efluente, incluindo os patógenos(BOLTON et al, 2010) e os nutrientes, como o nitrogênio (pH a partir de 8,5 e 9), por dessorção da amônia, e o fósforo (pH a partir de 9,5 a 9,7), por precipitação de fosfatos (VAN HAANDEL; SANTOS, 2021b).…”