“…Os primeiros trabalhos sobre absorção de silício (Si) e fósforo (P) em solos datam do final da década de 1920, já havendo, portanto, consenso sobre alguns aspectos envolvidos na dinâmica dos dois elementos no solo: (a) fosfato e silicato são retidos (adsorvidos) pelos óxidos de ferro e de alumínio da fração argila, podendo assim competir entre si pelos mesmos sítios de adsorção, ou seja, silicato pode deslocar fosfato previamente adsorvido, e vice-versa, das superfícies oxídicas (Obihara & Russel, 1972;Oliveira, 1984;Leite, 1997); (b) a aplicação de silicato finamente moído (escórias) antes da fosfatagem em solos cultivados com plantas acumuladoras de Si é prática comercial em diversas partes do mundo visando, entre outros benefícios, a correção de acidez (elevação de pH) e a competição Si x P no solo para melhorar a disponibilidade de P às plantas (Roy et al, 1971;Tisdale et al, 1985); (c) aplicações de silicato após a fosfatagem em condições de laboratório (Oliveira, 1984;Leite, 1997) ou de casa de vegetação permitem isolar o efeito competição do efeito pH desde que este último permaneça constante durante a fase experimental e que a planta indicadora utilizada não seja acumuladora de Si (Carvalho et al, 2000). Há evidências de que um vegetal só acumula Si por necessidade metabólica ou nutricional (Emadian & Newton, 1989;Belanger et al, 1995) e, neste caso, o benefício do P dessorvido no solo pelo Si poderia confundir-se na planta com um provável efeito nutricional do Si acumulado.…”