Acta bot. bras. 24(2): 469-482. 2010.
IntroduçãoA importância ecológica do epifi tismo nas comunidades fl orestais consiste na manutenção da diversidade biológica e no equilíbrio interativo: as espécies epifíticas proporcionam recursos alimentares (frutos, néctar, pólen, água) e microambientes especializados para a fauna do dossel, constituída por uma infi nidade de organismos voadores, arborícolas e escansoriais (Waechter 1992). As aves também podem utilizar vários recursos de epífi tas, tais como frutos, fl ores, sementes, água, invertebrados, material e local para nidifi cação (Coelho et al. 2003). As epífi tas podem servir como indicadores de estágio sucessional da fl oresta, uma vez que comunidades secundárias apresentam diversidade epifítica menor do que comunidades primárias (Budowski 1963;1965 apud Dislich 1996.Os epífi tos se estabelecem diretamente sobre o tronco, galhos, ramos ou sobre as folhas das árvores, sendo estas plantas hospedeiras denominadas de forófi tos (Dislich & Mantovani 1998). Tem-se observado que as epífi tas apresentam várias adaptações que as capacitam a ocupar o dossel da fl oresta. Estas adaptações consideram características como suporte, hábito de crescimento e formas de obtenção de água, luz e nutrientes (Benzing 1990).Além destas adaptações, os epífi tos desenvolvem mecanismos próprios para sobreviverem às estações mais secas, podendo captar e reter água em suas estruturas. De acordo com Benzing (1995), tais mecanismos podem ser: pseudobulbos (Orchidaceae); suculência de raízes, caules e folhas (Gesneriaceae, Piperaceae, Cactaceae, Orchidaceae); velame das raízes, que é um tecido morto que se incha para reter o excesso de água e reduzir a evaporação (Orchidaceae, Araceae); e escamas foliares e cisternas acumuladoras de água, formadas pelo imbricamento das bainhas foliares (Bromeliaceae). Já as Pteridófi tas (samambaias e avencas), de acordo com Rizzini (1997), apresentam uma estratégia denominada poiquiloidria: podem dessecar a fronde e subsistir com pequena fração de água tomada da atmosfera, saturam-se prontamente quando chove e prosseguem em suas atividades vitais até novo dessecamento.Segundo Kress (1986), as epífi tas estão distribuídas em 84 famílias e representam 10% de toda fl ora vascular, sendo mais abundantes principalmente nos Neotrópicos.O estado do Paraná, com apenas 2,5% da superfície brasileira, detém em seu território a grande maioria das principais unidades fi togeográfi cas que ocorre no país. For the phytosociological analysis 80 phorophytes were selected. The survey found 61 species, 39 genera and 13 families of epiphytes (10 pteridophytes and 51 magnoliophytes). The richest families were: Orchidaceae (38%), Bromeliaceae and Polypodiaceae (13%), Cactaceae (11%) and Piperaceae (8%), which together make up 83% of the sampled species. Tillandsia (Bromeliaceae) and Peperomia (Piperaceae) were the richest genera, each with fi ve species. Anemochory was found in 67% of the species and 86% were classifi ed as true holoepiphytes. Of the 61 species listed, 43 occu...