2015
DOI: 10.7476/9788523220235
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Sonhos da diamba, controles do cotidiano: uma história da criminalização da maconha no Brasil republicano

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“…O caráter regionalista da estigmatização da maconha como um vício dos povos do norte do país (que têm maior preponderância indígena e negra), que predispõe ao crime e à preguiça (valores sociais atribuídos às pessoas marginalizadas), faz dela um problema não só de saúde, mas uma questão social de fato. A vadiagem, a estupidez e o embotamento ético que seriam ocasionados pela maconha a aproximam do delito, visão que justifica a intervenção estatal sob risco do diambismo ocasionar um estado de calamidade pública (Souza, 2015). Vemos, portanto, que o Brasil não apenas obedece ao proibicionismo internacional, como é um ator-chave deste jogo, sobretudo no que diz respeito à maconha, também chamada diamba ou fumo de Angola -o que sinaliza os motores racializantes da verve proibicionista (MacRae, 2017) inscrita no seio dos mecanismos de controle da população.…”
Section: O Proibicionismo E Seus Atravessamentos Psiquiátricos E Raciaisunclassified
“…O caráter regionalista da estigmatização da maconha como um vício dos povos do norte do país (que têm maior preponderância indígena e negra), que predispõe ao crime e à preguiça (valores sociais atribuídos às pessoas marginalizadas), faz dela um problema não só de saúde, mas uma questão social de fato. A vadiagem, a estupidez e o embotamento ético que seriam ocasionados pela maconha a aproximam do delito, visão que justifica a intervenção estatal sob risco do diambismo ocasionar um estado de calamidade pública (Souza, 2015). Vemos, portanto, que o Brasil não apenas obedece ao proibicionismo internacional, como é um ator-chave deste jogo, sobretudo no que diz respeito à maconha, também chamada diamba ou fumo de Angola -o que sinaliza os motores racializantes da verve proibicionista (MacRae, 2017) inscrita no seio dos mecanismos de controle da população.…”
Section: O Proibicionismo E Seus Atravessamentos Psiquiátricos E Raciaisunclassified
“…A literatura sobre a história da Cannabis, seus usos, formas de estigmatização e relações com práticas de resistência e de repressão tem-se avolumado no Brasil desde estudos pioneiros nos anos 1970 e 1980 (Henman;Pessoa, 1986;Velho, 1998;MacRae;Simões, 2000). Autores/as em anos recentes têm destacado a importância do estudo sobre a maconha no Brasil ser realizado de forma transdisciplinar de modo a compreender os elementos sociológicos, políticos, antropológicos, econômicos, jurídicos e terapêuticos envolvendo a Cannabis (França, 2015;Souza, 2015;Saad, 2019;Saddi;Zemel, 2021;Souza, 2021;Fiore, Pereira, 2021;Rosa, 2021).…”
Section: Cannabis E a Dwa: Estigmatização Lucratividades E Controle S...unclassified
“…Dadas as circunstâncias econômicas, sociais e raciais de tais regiões àquela época, aqueles que estariam em contato com manifestações culturais minoritárias não seriam ninguém menos do que o "povão" -a classe trabalhadora, mestiça ou cabocla (portanto, excluída de qualquer estirpe que os garantisse certo reconhecimento) subalternizada e, em grande parte, analfabeta. Acerca de tais agremiações, enfatizando o perfil dos membros, Jorge Emanuel Luz de Souza (2015) comenta:…”
Section: Annabis : Pertencimento Africano E Difusão Na Cultura Popular Brasileiraunclassified