2015
DOI: 10.1590/0103-20702015017
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Sofrimento psíquico, individualismo e uso de psicotrópicos: Saúde mental e individualidade contemporânea

Abstract: IntroduçãoEste artigo é um ensaio sobre as relações entre sofrimento psíquico, individualismo e uso de psicofármacos. Insere-se, assim, na tradição do ensaísmo sociológico. Nosso objetivo ao utilizar essa forma é obter mais liberdade argumentativa e, com isso, defender determinada posição sem a necessidade de vincular o raciocínio a dados empíricos. A liberdade de arriscar interpretações é importante, mas o risco, aqui, tem um preço razoável. Como disse o filósofo espanhol José Ortega y Gasset, o ensaio é "a c… Show more

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“…Segundo Perrusi (2015), o modo de vida contemporâneo oportunizou uma intolerância ao sofrimento psíquico, sobretudo devido à valorização do bem-estar, que fortalece meios imediatos e superficiais de enfrentamento, tais como a recorrência do uso de psicofármacos. Nesse sentido, duas participantes evidenciam em suas falas que a procura pelo serviço estava diretamente ligada ao uso dessas medicações: ".…”
Section: Tema 1: Percepção Dos Usuários Quanto àS Queixas E Aos Prejuízosunclassified
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“…Segundo Perrusi (2015), o modo de vida contemporâneo oportunizou uma intolerância ao sofrimento psíquico, sobretudo devido à valorização do bem-estar, que fortalece meios imediatos e superficiais de enfrentamento, tais como a recorrência do uso de psicofármacos. Nesse sentido, duas participantes evidenciam em suas falas que a procura pelo serviço estava diretamente ligada ao uso dessas medicações: ".…”
Section: Tema 1: Percepção Dos Usuários Quanto àS Queixas E Aos Prejuízosunclassified
“…Tal concepção é análoga à dificuldade por parte de alguns entrevistados em aproximar as diferentes dimensões de ser humano, de forma que eles necessitam encontrar subsídios para permanecer com a compreensão de uma dicotomia entre o corpo e a mente, segundo a qual um problema de saúde estaria vinculado a um aspecto em detrimento do outro. Os aspectos físicos, isto é, o desconforto ou incômodo, seriam passíveis de eliminação por meio do remédio, ainda que de forma momentânea (Perrusi, 2015).…”
Section: Tema 1: Percepção Dos Usuários Quanto àS Queixas E Aos Prejuízosunclassified
“…Os transtornos depressivos têm ocupado um importante lugar na literatura médica e psicológica, haja vista a grande quantidade de artigos e trabalhos, na atualidade, que se referem à prevalência, à cronicidade e ao potencial de incapacitação e de sofrimento associados a eles (Facó, 2008;Maj & Sartorius, 2005;Perrusi, 2015;Rebello, Marques, Gureje, & Pike, 2014;Rüdiger, 2014;Valverde, Vitalle, Sampaio, & Shoen 2012;World Health Organization [WHO], 2015;Widlöcher, 2001). A depressão é um construto diagnóstico complexo, que tem no humor deprimido e na perda de interesse os principais sintomas, destacando-se, ainda: os sintomas afetivos e as alterações da esfera instintiva, neurovegetativa, ideativas, cognitivas, da autovaloração, da volição e da psicomotricidade, dentre outros (Dalgalarrondo, 2000).…”
Section: Fenomenologia Do Corpo Vivido Na Depressãounclassified
“…O esforço de compreender o fenômeno da depressão na contemporaneidade se justifica, principalmente, pelo alto nível de sofrimento que tal transtorno tem causado ao ser humano, principalmente na cultura ocidental, marcada pela égide do individualismo (Lipovetsky, 2005;Kehl, 2009;Perrusi, 2015). Vivemos em uma cultura que privilegia o consumo, a euforia e a necessidade de segurança.…”
Section: Fenomenologia Do Corpo Vivido Na Depressãounclassified
“…Tal pesquisa analisa a reestruturação psíquica de um sujeito, com o encontro de um equilíbrio psicológico. De acordo com Perrusi (2015), seria a reconfiguração da individualidade do ser humano, a partir de novos processos de subjetivação, que promove novas expressões do afeto e do sofrer. Assim, o indivíduo estará em mudança, em equilíbrio da saúde mental, para lidar com a sociedade, podendo utilizar a viagem como um complemento em seu processo de reestruturação.…”
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