Socioecologia de macacos-prego (cebus libidinosus) em área de ecótono cerrado/caatinga

Abstract

v "Quando oiei a terra ardendo Qual a fogueira de São João Eu preguntei a Deus do céu,ai Por que tamanha judiação Que braseiro, que fornaia Nem um pé de prantação Por farta d'água perdi meu gado Morreu de sede meu alazão..." (Asa Branca-Luíz Gonzaga) vi AGRADECIMENTOS À minha família pelo respeito, apoio e incentivo incondicional às minhas escolhas. Em especial, agradeço à minha mãe, Jacira, pela base segura e apoio irrestrito em todas as fases desse trabalho. Agradeço, também, por todo o esforço para me enviar, no Piauí, mantimentos e outros itens de primeira necessidade. Ao meu pai, por ter topado a aventura de dirigir 2.000 km, de São Paulo ao Piauí, e mais 2.000 km, do Piauí a São Paulo, conduzindo um carro abarrotado com todos os meus presentes de mudança. À minha irmã, Gisele, pelo carinho, amizade, apoio e pela ajuda na revisão deste trabalho. Ao Hildebrando (o mais louco de todos, que embarcou ao meu lado para uma aventura de dois anos no Piauí), agradeço pela coragem de acreditar nas minhas escolhas, pela dedicação, companheirismo e pela valiosa ajuda em todos os aspectos envolvidos na realização desse trabalho. À professora Patrícia Izar, pelo entusiasmo, empenho e envolvimento em todas as fases desta pesquisa, pela orientação séria e criteriosa, por ouvir, confiar e respeitar as minhas opiniões, pelo incentivo, compreensão e amizade ao longo dessa parceira duradoura. A todas as pessoas que me ajudaram no Piauí. Em especial, agradeço à família Oliveira (família M), que foi uma família para mim durante os dois anos em que estive no Piauí. Agradeço à Maria por todo cuidado e carinho dedicado aos pesquisadores do EthoCebus (pesquisa-doídos, como costumava dizer) e pelas deliciosas refeições. Às crianças, Marcos, Junior, Marina, Mara, Marcinho e Martinha, por tornarem o meu dia a dia mais alegre, pelo carinho e amizade. Ao Mauro, pela valiosa ajuda. Agradeço, também, ao Raimundo e a Sara pela recepção e hospedagem durante os primeiros dias no Piauí. Ao Paulinho, pela amizade, prontidão, apoio e, é claro, por fornecer a cerveja mais gelada de Gilbués. À equipe de pesquisadores do EthoCebus: às professoras Dorothy Fragaszy, Elisa Visalberghi e Patrícia Izar e ao professor Eduardo Ottoni, pela oportunidade, apoio (estrutural e intelectual) e por respeitarem e apoiarem o meu trabalho. À Noemi Spagnoletti e Eduardo Ramos da Silva (Darvin), meus companheiros de "campo", pela amizade, respeito, troca de idéias, por participarem dos momentos alegres e difíceis durante a coleta dos dados e por ajudarem a manter minha saúde mental. vii Aos meus assistentes de campo (meus fieis escudeiros), Josemar, Arizomar e Júnior, por toda a ajuda na coleta de dados, pelo trabalho bem executado, pela companhia agradável ao longo de MUITAS horas de trabalho de campo, por me ensinarem muitas coisas sobre o semi-árido e a vida fora das grandes metrópoles e, acima de tudo, pela responsabilidade e dedicação, fundamentais para execução deste trabalho.

O período juvenil em macacos-prego (Sapajus sp.): ontogenia das relações sociais e do forrageamento

“…Isso mostra que os jovens, de fato, sofrem com a competição direta por alimentos, e outros estudos tiveram o mesmo resultado (Izar, 1994;Ferreira, 2003;Ferreira et al, 2008;Santos, 2009;Verderane, 2010).…”

“…Sendo vítimas frequentes de agressão (Izar, 2004;Verderane, 2010), os jovens devem ter taxas de proximidade menores que outros membros do grupo. Após o desmame, os indivíduos mais jovens devem sofrer mais agressão, e à medida que crescem a agressão sofrida deve diminuir, por subirem na hierarquia ou por aprenderem a evitar conflitos.…”

“…Em concordância com o descrito na literatura (Janson e van Schaik, 1993;Fragaszy e Boinski, 1995;Agostini e Visalberghi, 2005;Verderane, 2005;Santos, 2009;Verderane, 2010), os jovens dedicaram uma maior proporção do orçamento de atividades ao forrageamento do que adultos e infantes. Este resultado é uma evidência a favor da hipótese de que os jovens são menos eficientes no forrageamento do que os adultos, mas também pode ser efeito de uma maior demanda energética ou de um menor acesso a fontes alimentares de qualidade devido à competição intra-grupo.…”

“…A semelhança na dieta de indivíduos de ambos os sexos encontrada no PET difere do relatado para populações selvagens de Cebus e Sapajus (Fragaszy e Boinsky, 1995;Agostini e Visalberghi, 2005;Gunst et al, 2008;Verderane, 2010). No entanto, muitos dos trabalhos citados consideraram o tempo gasto no forrageamento, sem atentar para o que os indivíduos, de fato, estavam ingerindo.…”

“…Assim como no trabalho de Verderane (2010), a maioria das disputas registradas no PET ocorreu em contexto alimentar, principalmente alimento aprovisionado e acesso a bigornas, recursos mais concentrados. Este parece ser o padrão geral de primatas: recursos ricos e concentrados, sejam raros ou abundantes, resultam em competição direta (Izar, 1994;Sterck et al, 1997;Izar, 2004;Ferreira, 2003, Ferreira et al, 2008Verderane, 2010).…”