O presente estudo descreve o processo de construção e estudo psicométrico de uma escala que mede a perceção dos alunos dos ensinos básico e secundário sobre o seu grau de identificação escolar. Os questionários foram aplicados a uma amostra de 1089 alunos dos 6º, 7º, 9º e 10º anos de escolaridade (mediana da idade=13 anos) em Portugal continental. Uma subamostra foi submetida a análise fatorial exploratória (n 1 =354), sendo uma segunda sub-amostra sujeita a uma análise fatorial confirmatória (n 2 =388). As análises revelaram uma estrutura tridimensional: (a) Valorização pessoal/intrínseca, α=.74; (b) Valorização no sentido prático/utilitarista, α=.74; e (c) Sentimentos de pertença e bem--estar, α=.78. As escalas revelam-se úteis e adequadas para avaliar as perceções dos alunos sobre a sua identificação escolar.
Palavras-chave:Alunos dos ensinos básico e secundário, Identificação escolar, Construção de escalas.Ao longo das últimas décadas, tem-se vindo a reconhecer que níveis elevados de envolvimento na escola estão associados a uma redução nos comportamentos de risco e a uma melhoria nos resultados académicos e trajetórias escolares (Appleton, Christenson, & Furlong, 2008;Veiga, Galvão, Festas, & Taveira, 2012). Para além dessa participação ativa dos alunos, reconhece-se também que o sentimento concomitante de identificação com a escola pode igualmente atenuar as trajetórias de desenvolvimento negativas (Center for Disease Control, 2009;Finn, 1989).O presente estudo descreve o processo de construção e estudo psicométrico de uma escala que tem como propósito medir as perceções de alunos (ensino básico e secundário) relativamente ao seu grau de identificação escolar. Wenger (2007) define identificação como parte do processo de construção da identidade, traduzindo-se nas relações de investimento, que podem ser de associação ou diferenciação, de participação ou não participação. Esta identificação caracteriza a identidade do aluno, que se desenvolve na dinâmica de como ele próprio se vê enquanto aluno e de como se posiciona e participa dentro e fora da sala de aula (Freire, Carvalho, Freire, Azevedo, & Oliveira, 2009