As trabalhadoras sexuais possuem vivências que suscitam questionamentos sobre o que poderá satisfazê-las sexualmente e, dessa forma, terem uma boa qualidade de vida. Objetivou-se apreender os significados representacionais de trabalhadoras sexuais acerca da satisfação sexual no seu cotidiano. Estudo qualitativo, fundamentado na Teoria das Representações Sociais, realizado no município sede da Região do Alto Sertão Produtivo da Bahia (Brasil), em áreas de vulnerabilidade social, onde são localizados os locais de prostituição. Participaram do estudo 132 mulheres. A Técnica de Associação Livre de Palavras foi usada para a coleta de dados, com o termo indutor “prazer/satisfação sexual”. O corpus foi organizado e processado por meio do software IRAMUTEQ que emitiu o Plano Fatorial de Correspondência, Árvore Máxima de Similitude e a Nuvem de Palavras. Os resultados oriundos das três formas de análise demonstraram homogeneidade nas representações sociais, pois o inconsciente do grupo apresentou o termo “dinheiro” como central e principal formador campo representacional acerca da “satisfação sexual”, fugindo à ideia de que as profissionais do sexo sentem orgasmo no ato sexual com os clientes. Assim, refletir sobre a “satisfação sexual’, ancorada na Teoria das Representações Sociais, possibilitará que profissionais de saúde repensem suas práticas, considerando as especificidades desse segmento populacional, no que se refere ao planejamento de cuidados à saúde sexual das mulheres que exercem o trabalho sexual, focado na libido e na parte subjetiva da sexualidade, extrapolando o senso comum de que o foco da assistência em saúde das prostitutas deve estar focado apenas na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.