O presente estudo teve por objetivo analisar os elementos probatórios considerados relevantes na decisão judicial em casos de estupro de vulnerável, o perfil isolado do agressor e da vítima, além do vínculo existente entre ambos. Tratou-se de uma pesquisa documental de natureza quanti-qualitativa. Os dados foram coletados no site público do Tribunal de Justiça do estado da Paraíba, no período de 01/01/2018 a 01/01/2023, resultando em um total de 216 acórdãos analisados. Com os dados coletados, foram realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais, aplicação do teste t de Student, procedimentos de bootstrapping e de regressão linear, buscando-se responder os objetivos do estudo. O resultado apontou que quanto mais elementos probatórios o caso tiver, maior será a pena do acoimado, apresentando influência estatisticamente significativa no tempo de pena, sendo p < 0,05. Os resultados também evidenciaram que 89,8% (194) das vítimas eram do sexo feminino, prevalecendo a condição de criança com menos de 12 anos de idade em 57% (121) das vítimas, correspondendo a média de idade das vítimas em aproximadamente 10 anos. O agressor em 98,6% (213) dos casos de estupro de vulnerável é do sexo masculino, predominando o vínculo intrafamiliar entre o agressor e a vítima, no total de 79,6% (172) dos processos analisados. O maior agressor de natureza intrafamiliar é o padrasto 16,7% (36). Concluiu-se que a relevância das provas nas decisões judiciais tem um impacto maior na pena quando são apresentadas ao juízo mais de um elemento probatório, o que foi estaticamente significativo, havendo a necessidade de instruir os operadores do direito a conduzirem as vítimas de forma capaz para produzir provas válidas e impactantes a formação do convencimento do Juiz sobre a prática do estupro de vulnerável para refugar a impunidade. Constatou-se que a confissão do Réu realmente teve um impacto na redução da pena do acoimado. Há atualmente a necessidade de promover a reflexão da sociedade em geral sobre a temática e ofertar subsídio, através dos dados analisados para elaboração de políticas públicas com objetivo de combater a violação sexual de crianças e adolescentes em idade imatura, além de realizar produções de campanhas de orientações em redes de televisão aberta e podcasts, para que as crianças possam identificar o que é o abuso sexual.