Resumo. O presente artigo tem como objetivo refl etir sobre a clínica da cooperação, estratégia de intervenção baseada no referencial teórico-prático da psicodinâmica do trabalho, que se propõe a mapear as relações entre saú-de mental e trabalho. Trata-se de um artigo teórico-conceitual, embasado pela experiência dos autores na clínica da cooperação. Inicialmente, contextualiza-se o mundo do trabalho e a abordagem desse estudo. Em seguida, aborda-se o espaço de discussão e outras condições importantes para a realização dessa proposta de clínica. A clínica da cooperação é entendida como forma de potencializar os processos de mobilização dos trabalhadores, para que possibilitem experiências de autonomia e de transformação da organização do trabalho. Nessa perspectiva, busca-se apresentá-la como estratégia de intervenção micropolítica.Palavras-chave: cooperação, trabalho, saúde mental.Abstract. This article aims at refl ecting about the cooperation clinic, intervention strategy based on the theoretical and practical reference from the psychodynamic of work, which aims at mapping the relationship between mental health and work. This is a theoretical-conceptual article, based by the authors' experience in cooperation clinic. In the beginning, it contextualizes the world of work and the approach of this study. Then the goal is to think over on the discussion space and other important conditions for the realization of this proposal clinic. Clinical cooperation is seen as a way to enhance the workers' mobilization processes that enable experiences of autonomy and transformation of the work organization. From this perspective, the article seeks to present it as micropolitic intervention strategy.Keywords: cooperation, labor, mental health.
Clínica da cooperação: um caminho para a insurgência e a autonomia
IntroduçãoEm uma era de fragmentação dos coletivos, na qual imperam individualismos, automatismos das formas de sentir, pensar e viver e, por consequência, é cada vez mais difícil pensar no trabalhador como sujeito, o que predomina é a produção do que Baremblitt (2002) denominou de subjetividades assujeitadas. O automatismo e a velocidade das lógicas produtivas contemporâneas intensificam a perda da capacidade de sensibilizar-se, que resultam em um viver anestesiado e na impossibilidade de mobilização coletiva para ações de transformação Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Attribution License (CC-BY 3.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados.