“…Para Argelina Figueiredo, que utiliza a teoria da "escolha racional" para entender a crise política que deu ensejo ao golpe, o 31 de março de 1964 foi o resultado de "escolhas e ações específicas", que terminaram por solapar "as possibilidades de consolidação e apoio para as reformas, e, desta forma, reduziram as oportunidades de implementar, sob regras democráticas, um compromisso sobre essas reformas". Segundo a professora da Unicamp, que trabalhou nos Estados Unidos com Adam Przeworski, um dos mais importantes teóricos do marxismo analítico, partidário das teses sobre as estratégias da escolha racional, frente a um quadro de acirramento dos conflitos, como aquele observado no Brasil ante a ascensão de João Goulart à presidência, "o crescente consenso negativo em relação às possibilidades de resolver o conflito dentro das regras democráticas", terminou por ser decisivo na ruptura de 1964de (FIGUEIREDO, 1993.…”