Abstract:This article analyses how different forms of involvement in underground punk and/or alternative scenes develop into specific do-it-yourself (DIY) careers. From a corpus of 214 interviews, the various DIY representations of social practices held by Portuguese punk scene members are studied, especially regarding the way they experience and develop knowledge, networks, and skills. These social representations are particularly important in terms of their insertion into the labour market. At the same time, the cent… Show more
“…No bojo deste processo, é preciso dizer, que as mulheres sempre estiveram presentes, ao participar ativamente nestas criações, imersas na poesia da musicalidade, sob distintas expressões, revelando formas próprias de ativismo, embora nem sempre com a devida visibilidade, face ao histórico das desigualdades de género, de raça e de classe. Na verdade, o papel das mulheres no mundo da música sempre foi oculto e secundarizado, o que também se refl etiu nas abordagens teóricas acerca do papel da música na conformação de identidades e práticas sociais, culturais e simbólicas, a despeito da ampla presença feminina neste universo (GUERRA, 2021).…”
Section: Vamos Fazer Uma Tourunclassified
“…A música, aliada à mudança e à contestação, gera mecanismos que tornam possível uma prefiguração dos desafios sociais, quer sejam eles de índole política, económica, cultural, social ou territorial. Aquilo que pretendemos afi rmar é que a música se apresenta como uma manifestação que, não pretende apenas estabelecer uma denúncia face a um ou vários malefícios da sociedade (GUERRA, 2021;2020a, 2019, como também, de forma intrínseca, procura mobilizar as populações com o intuito de provocar uma ação e uma mudança dos padrões de injustiças e de desigualdades que pautam a vida quotidiana (FEIXA, 2019). É a partir deste enquadramento que aferimos que a produção musical, enquanto criação artística, produz significados relevantes socialmente.…”
Este trabalho constitui um recorte de uma investigação mais ampla que discute o ativismo estético-político e o papel da música nas formas de expressão das lutas pela igualdade. Nesse sentido, no âmbito deste artigo discute-se as relações entre a música e o ativismo estético-politico, a partir de um olhar sobre percursos singulares de duas mulheres músicas ativistas. Assim, busca-se compreender a natureza dos processos, os significados e as representações existentes nos caminhos percorridos, a fim de refletir em que medida a música influencia os processos de emancipação social e sobre quais as configurações de ativismo estético-político são permeadas por processos identitários diversos. Trata-se de um estudo de caso, com uma abordagem qualitativa, baseado nas experiências de duas mulheres artistas brasileiras, a partir da perspetiva teórico-metodológica de histórias de vida. Os resultados mostram-nos que o percurso das entrevistadas tem sido pautado por diversas formas e dinâmicas de subversão e de resistência, que se inscrevem dentro de um contexto desigualitário do Sul Global, onde tendem a prevalecer as desigualdades e as dominações estruturais da masculinidade e do patriarcado.
“…No bojo deste processo, é preciso dizer, que as mulheres sempre estiveram presentes, ao participar ativamente nestas criações, imersas na poesia da musicalidade, sob distintas expressões, revelando formas próprias de ativismo, embora nem sempre com a devida visibilidade, face ao histórico das desigualdades de género, de raça e de classe. Na verdade, o papel das mulheres no mundo da música sempre foi oculto e secundarizado, o que também se refl etiu nas abordagens teóricas acerca do papel da música na conformação de identidades e práticas sociais, culturais e simbólicas, a despeito da ampla presença feminina neste universo (GUERRA, 2021).…”
Section: Vamos Fazer Uma Tourunclassified
“…A música, aliada à mudança e à contestação, gera mecanismos que tornam possível uma prefiguração dos desafios sociais, quer sejam eles de índole política, económica, cultural, social ou territorial. Aquilo que pretendemos afi rmar é que a música se apresenta como uma manifestação que, não pretende apenas estabelecer uma denúncia face a um ou vários malefícios da sociedade (GUERRA, 2021;2020a, 2019, como também, de forma intrínseca, procura mobilizar as populações com o intuito de provocar uma ação e uma mudança dos padrões de injustiças e de desigualdades que pautam a vida quotidiana (FEIXA, 2019). É a partir deste enquadramento que aferimos que a produção musical, enquanto criação artística, produz significados relevantes socialmente.…”
Este trabalho constitui um recorte de uma investigação mais ampla que discute o ativismo estético-político e o papel da música nas formas de expressão das lutas pela igualdade. Nesse sentido, no âmbito deste artigo discute-se as relações entre a música e o ativismo estético-politico, a partir de um olhar sobre percursos singulares de duas mulheres músicas ativistas. Assim, busca-se compreender a natureza dos processos, os significados e as representações existentes nos caminhos percorridos, a fim de refletir em que medida a música influencia os processos de emancipação social e sobre quais as configurações de ativismo estético-político são permeadas por processos identitários diversos. Trata-se de um estudo de caso, com uma abordagem qualitativa, baseado nas experiências de duas mulheres artistas brasileiras, a partir da perspetiva teórico-metodológica de histórias de vida. Os resultados mostram-nos que o percurso das entrevistadas tem sido pautado por diversas formas e dinâmicas de subversão e de resistência, que se inscrevem dentro de um contexto desigualitário do Sul Global, onde tendem a prevalecer as desigualdades e as dominações estruturais da masculinidade e do patriarcado.
“…A viragem neoliberal e à direita do sistema político incorporado na figura do Presidente Jair Bolsonaro tem realçado tudo isto. É a partir destas constatações que iniciámos este artigo, direcionando-o para um entendimento atual do punk enquanto forma de resistência, de contestação, de metamorfose contemporânea de uma sociedade em crise (Guerra, 2018(Guerra, , 2021.…”
Section: O Fascismo Enrustido Sob As Cores Do Estandarte 1 : Um Ponto De Partidaunclassified
“…Munindo-nos dos contributos de Heckert ( 2010), é possível constatar que os discursos mais interessantes são aqueles que surgem em contextos de informalidade, de espaços de conversa em que a liberdade é peremptória, e as críticas encontram-se ausentes. Acreditando veemente nesta afirmação, e tendo já a seguido noutros trabalhos (Guerra, 2021), voltamos a constatar a veracidade de tais postulações. Acrescentamos ainda que a realização de entrevistas são um meio de trabalhar a posição de investigador, no sentido em que obrigam a uma autocrítica constante que visa o afastamento face a enviesamentos e ao senso comum que por vezes, devido ao emaranhado teórico, nos prende e nos impossibilita de avançar.…”
Section: Combate Da Afasia Metodológicaunclassified
“…Contudo, aquilo que podemos aferir é que de forma mais ou menos acentuada, o punk no Brasil sempre possuiu uma conotação política, uma lógica de representatividade de indivíduos marginalizados. Autores como PaulaGuerra (2021), recentemente, argumentam que as lógicas DIY que são inerentes às cenas deixaram para trás a sua génese de resistência, para darem lugar a formas de existência(Mira & Silva, 2019;Silva, 2020) que, por sua vez, emergem como uma consequência direta das imposições políticas e sociais atuais.…”
O presente artigo tem como foco temático as metamorfoses que o punk, enquanto forma artística e cultural, movimento, (sub) (pós) cultura e cena, tem sofrido ao longo dos tempos. Esta análise, possui como contexto central o Brasil e o Sul Global. Assim, partimos da realização de quatro entrevistas semiestruturadas, para dar conta das modalidades de ação e de representação dos atores sociais enquanto elemento base para a construção de uma problemática científica em torno da importância do movimento punk na atualidade, enquanto arma política e forma de resistência e de existência. Desta feita, debruçamo-nos sobre quatro temáticas chave, nomeadamente a relação entre o punk e o feminismo negro, o punk afro-indígena, o punk LGBTQI+ e o punk periférico. A memória de um passado político, social e econômico conturbado é o enquadramento destas metamorfoses, bem como será o nosso ponto de partida, para que possamos compreender os discursos, os sentidos e os significados do punk na sociedade brasileira contemporânea.
Palavras-chave: punk, historicidade, metamorfoses, representações, Sul Global.
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