Slow movement: trabalho e experimentação do tempo na vida líquido-moderna

Abstract

O presente artigo coloca em pauta uma reflexão cujo objetivo é discorrer sobre os modos de trabalhar e de viver na vida líquido-moderna. Para tanto, apresenta o Slow Movement como referência de análise. Divulgado como movimento mundial em prol da desaceleração, sua proposta difundiu-se e firmou-se ao acolher a sensação generalizada de esgotamento promovida pela vida líquida, conforme preconizada por Bauman (2007). Objetiva-se compreender se e como o Slow Movement possibilita uma outra experimentação do tempo, bem como se interpõe enquanto expressão da resistência aos atuais modos de trabalhar e de viver. A análise empreendida permite perceber que o Slow Movement, apesar de se apresentar como um modo de expressão da resistência frente à aceleração, mantém-se subordinado à ideologia gerencialista (Gaulejac, 2007) que caracteriza os atuais modos de trabalhar. Desse modo, o movimento contribui para apaziguar os sofrimentos psíquicos causados pela pressão do tempo, mas não para a sua revolução.

Fatores que influenciam a hipertensão arterial sistêmica e qualidade de vida em professores universitários

“…Araújo et al 30 32 relatam que as exigências da vida moderna fazem com que os indivíduos apresentem um ritmo de vida cada vez mais acelerado fazendo-o produtivo e rentável em todos os momentos, dissociando cada vez menos as horas trabalhadas do tempo reservado ao lazer comprometendo sua qualidade de vida.…”

BIBLIOMETRIA E METASSÍNTESE DE ESTUDOS SOBRE TRABALHO PUBLICADOS NA REVISTA PSICOLOGIA & SOCIEDADE

“…Em Relações antagônicas entre sentido e significado do trabalho no capital: uma análise na perspectiva ontológica (Gonçalves & Jimenez, 2013), percebemos teoria e método ao alcance do leitor; e em slow movement: trabalho e experimentação do tempo na vida líquido-moderna (Batista, Grisci, Gallon, & Figueiredo, 2013 Ademais, dos 12 artigos analisados, a maioria tratou-se de pesquisas de campo, correspondendo ao quantitativo de cinco. Como recursos metodológicos, esses estudos se valeram, em sua maioria, de entrevistas semiestruturadas; tendo apenas um recorrido ao uso de entrevista aberta e outro ao grupo focal.…”

“…As duas pesquisas teóricas, que seguiram para análise completa de artigos, são de 2013: Relações antagônicas entre sentido e significado do trabalho no capital: uma análise na perspectiva ontológica (Gonçalves & Jimenez, 2013); slow movement: trabalho e experimentação do tempo na vida líquido-moderna (Batista et al, 2013). Notou-se que a primeira, após a leitura dos resumos, mantém a convergência entre os vocábulos que fizeram referência ao método no título; e a segunda mostrou um distanciamento dessa categoria, quando se constatou que o termo 'experimentação', descrito no título, não corresponde a um caminho de análise na pesquisa, mas a uma maneira de "experimentar o tempo" na contemporaneidade.…”

“…São eles: Relações antagônicas entre sentido e significado do trabalho no capital: uma análise na perspectiva ontológica (Gonçalves & Jimenez, 2013) e slow movement: trabalho e experimentação do tempo na vida líquido-moderna (Batista et al, 2013). Esses priorizaram referenciais teóricos e permitiram aproximações e contrastes acerca da categoria 'Trabalho'.…”

Bem Viver como paradigma de desenvolvimento: utopia ou alternativa possível?

“…Nesse sentido, compreendem as escolas que trazem o movimento de "Slow Food", que segue o conceito da ecogastronomia e preza o respeito pelas culinárias locais, preservação das sementes e plantas e o cuidado com animais dentro de uma determinada ecorregião; e o "Slow Living", cujo movimento busca combater a aceleração do tempo, por meio do estabelecimento de conexões entre pessoas e em relação ao ambiente (Batista et al, 2013).…”