Situação Epidemiológica E Difusão Da Covid-19 Pela Rede Urbana Em Minas Gerais, Brasil

Abstract

O Estado de Minas Gerais apresenta, diferentemente da maioria dos Estados brasileiros, um patamar de transmissão ainda baixo, porque suas principais cidades, Belo Horizontes, Uberlândia, Juiz de Fora, Contagem, Montes Claros não atingiram ainda o nível de transmissão da doença que pode colocar o Sistema de Saúde Pública em colapso, por falta de leitos de UTI, respiradores e equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde, como já se vê em Manaus, Belém, São Luiz, Fortaleza, Rio de Janeiro e São Paulo. O que se percebe é que, no início, a entrada do novo coronavírus no Estado seguiu o mesmo ocorrido nos demais Estados, desembarcando de avião na capital e nas cidades que tinham maior conectividade com a Europa, principalmente com a Itália, que era o epicentro da pandemia mundial nos meses de fevereiro e março de 2020. No início, a pandemia no Estado se manteve em níveis baixos porque as medidas de isolamento social foram suficientes para achatar a curva de transmissão. Mas, logo veio o crescimento da curva e o número de casos cresceu, porque o isolamento social foi enfraquecido pelos decretos municipais que flexibilizavam a quarentena e abria o comércio, mandando as pessoas para a rua. O momento agora é de apreensão, com o número de casos e óbitos por Covid-19 crescendo na capital e nas cidades médias polos regionais. No memento, o novo coronavírus está viajando de ônibus e de carro, das cidades polos regionais para as pequenas cidades do interior. A intensificação da transmissão nessas cidades pode ser catastrófica, porque nelas só tem a atenção básica à saúde, conforme diretrizes do SUS e elas se valem do sistema hospitalar de atenção secundária e terciária das cidades médias, que já estão chegando no limite de sua capacidade de leitos de UTI. Este trabalho tem por objetivo avaliar a situação epidemiológica e a Covid-19 no Estado de Minas Gerais, considerando a sua difusão pela rede urbana do Estado, a partir das cidades polos regionais.

Análise epidemiológica do COVID-19 no estado de Minas Gerais

“…Todavia, esse perfil epidemiológico não é corroborado por estudos realizados na China, Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, em que observou um perfil masculino para os casos confirmados da doença 16 . Em relação à faixa etária houve semelhança com a literatura prévia, na qual foi percebido maior acometimento entre indivíduos de 30 a 39 anos 10,16 .…”

“…O estudo evidenciou que a distribuição do COVID-19 em Minas Gerais segue o padrão de transmissão do país 10 . Primeiramente, houve o crescimento nos polos de maior circulação de pessoas e fluxo econômico, que inclui as maiores cidades como a capital Belo Horizonte e as cidades de referência do Sul, Triângulo, Centro e Zona da Mata.…”

“…Na América Latina, o primeiro caso foi confirmado em fevereiro de 2020, quando o Ministério da Saúde (MS) do Brasil registrou o caso de um homem brasileiro, de 61 anos, que regressou de viagem à Itália, região onde ocorria um surto da doença na época 10 . Desde então, o vírus alcançou altas proporções no território nacional, sendo que, com um mês do primeiro caso, o Brasil já registrava mais de 2 mil casos e 77 óbitos por COVID-19 confirmados, além de todos os estados apresentarem casos da infecção 2,10 .…”

Georreferenciamento postal de casos de COVID-19 na cidade de Uberaba, Minas Gerais

“…A ocorrência de casos de Covid-19 no Brasil teve um significativo aumento em municípios do interior, principalmente a partir de julho de 2020, com emergência de municípios distantes das capitais, onde a epidemia teve início (PEIXOTO et al, 2020;MARTINES et al 2020). Municípios de porte médio, distantes de grandes centros urbanos, polarizam a rede de cidades em seu entorno e interferem na difusão da doença na região (LIMA, et. al., 2020).…”

Aspectos Metodológicos Da Estatística E Da Geografia Para Análise Da Difusão Da Covid-19 Na Mesorregião Sul/Sudoeste De Minas Gerais

“…Também são os casos de pesquisadores que, seguindo os métodos anunciados acima, buscaram investigar as especificidades regionais do processo de difusão da Covid-19. São os casos de Teixeira & Souza (2020), Lima et al (2020) e Magalhães et al (2020) 1 ,que analisam a distribuição e difusão do vírus nas diversas Mesorregiões do estado de Minas Gerais.Tais contribuições buscaram investigar os "caminhos" espaciais pelos quais o vírus circulou nas regiões e as decorrências específicas para cada região, tomando como objeto de estudo os elementos de pressão infraestrutural, tal como serviços de saúde, emprego, serviços etc. O empenho desses autores foi de relacionarem como as ferramentas estatísticas são capazes de auxiliar em diversos momentos, entre eles, na tomada de decisões em relação a medidas restritivas de circulação, operacionalização e logística.…”