A leishmaniose é uma doença zoonótica causada pelo protozoário da espécie Leishmania spp., diagnosticada com pouca frequência em cães da região norte do Rio Grande do Sul (RS). Devido a isso, casos alóctones se tornam importantes para investigação. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de leishmaniose visceral em um canino e enfatizar seus aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos. Foi atendido um cão da raça Pug com 3 anos, proveniente de Araranguá, no estado de Santa Catarina (SC), com queixa principal de hiporexia, prostração, onicogrifose e algia em membros pélvicos. O paciente fazia uso de imunossupressores há dois meses devido a presença de poliartrite. Ao exame clínico, observou-se nódulo cutâneo e aumento de linfonodos poplíteos. Realizada citologia por agulha fina de ambos locais, onde foram observadas formas amastigotas de Leishmania spp. O caso foi notificado aos órgãos competentes e realizado sorologia pelo método de Elisa para confirmação do diagnóstico. Instituiu-se tratamento com miltefosina, domperidona, alopurinol e vacina Leish Tec®. Evidencia-se a importância de minuciosa anamnese associada a realização de exames laboratoriais para triagem de pacientes portadores da doença, com foco na possibilidade de casos alóctones serem diagnosticados em regiões não endêmicas do Brasil.