Sistemas de espaços livres e drenagem urbana

Abstract

Nas últimas décadas, a visão tradicional do projeto de drenagem vem sendo modificada por uma abordagem integrada de manejo sustentável das águas pluviais e planejamento urbano. Os sistemas de espaços livres surgem como atores de integração do ambiente, configurando oportunidades de criação de projetos multifuncionais, por exemplo, acumulando funções para soluções de drenagem, organização do crescimento urbano e união de áreas fragmentadas. O presente trabalho tem como objeto de estudo a praça Xavier de Brito, localizada no bairro Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Após reconhecimento do seu entorno e análise das áreas mais afetadas por inundações, optou-se por formalizar um percurso ao longo do Rio Maracanã, buscando melhorar a relação entre o espaço urbano e o rio, e estabelecer a integração dos espaços livres, conectando a praça Xavier de Brito às demais praças adjacentes. Além disso, foram propostas medidas de drenagem urbana sustentável ao longo do percurso escolhido, como a utilização de pavimentos permeáveis, jardins de chuva e bacias de detenção, por exemplo. A partir de modelagem matemática, foi analisada a resposta da região às inundações com a aplicação das medidas propostas.

Alagamentos na bacia do canal do Mangue – Rio de Janeiro: a busca de uma cidade sustentável

“…Um ponto pouco citado, mas de importância fundamental para o SUSM é o aumento das áreas permeáveis (Santos, 2012;Battemarcoe et al;Viana et al, 2018). A perspectiva do SUSM e da infraestrutura verde difere da abordagem clássica ao buscar a restauração de padrões naturais de escoamento, através do aumento da infiltração e retenção das águas pluviais (Benini, 2015;Battemarco et al, 2018). Para os autores, algumas opções existentes seriam: pavimentos permeáveis, sarjetas drenantes, reservatórios domiciliares e empresariais, bacias de detenção e jardins de chuva/sistemas de biorretenção.…”

“…Tais medidas podem ser aplicadas de forma ampla através da utilização de espaços públicos como praças, mas também se mostra interessante a possibilidade de inserção destas medidas dentro dos lotes, principalmente em áreas altamente urbanizadas como na BCM. Battemarco et al (2018) ainda apontam a importância do planejamento da bacia para que as proposições em SUSM sejam significativas. Desta forma, novamente verificamos a necessidade da interação entre comunidade e poderes públicos, a fim de definir as melhores práticas para efetiva diminuição das áreas alagadas.…”

Análise qualitativa de soluções vegetativas em projetos de requalificação fluvial com o suporte SIG

“…Gorski (2008) comenta que o coeficiente de escoamento superficial em regiões com maiores áreas impermeabilizadas pode variar de 90 a 95%; enquanto que em áreas vegetadas com matas de árvores de folhagem permanente, o coeficiente pode variar entre 5 e 50%. Dessa maneira, destaca-se a possibilidade de integração entre os cursos d'água, os sistemas de drenagem e os sistemas de espaços livres, de modo a se tornarem aliados no armazenamento e na infiltração de volumes de cheias, além de promoverem a conectividade de áreas fragmentadas (Battemarco et al, 2018). Por conta dessa integração, estes espaços constituintes do sistema na paisagem local podem ser denominados, então, de multifuncionais.…”

Estratégias Projetuais para Mitigação de Inundações: Estudo de Caso em Realengo, Rio de Janeiro

“…Os Jardins de chuva e canteiros pluviais são jardins construídos em cotas mais baixas, formando depressões onde águas pluviais se acumulam e, gradualmente, infiltram no solo (BATTEMARCO, 2018). A vegetação que compõe os jardins pode ser diversa em espécie e tamanho, sendo esta responsável pela filtragem da água e retirada de poluentes.…”