RESUMO -A imobilização de lipases em matrizes híbridas visando à obtenção de biocatalisadores ativos, estáveis e de baixo custo, vem se destacando como uma alternativa para o desenvolvimento sustentável, de química verde ou de tecnologia limpa. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar as propriedades bioquímicas e cinéticas da lipase de Candida rugosa imobilizada em suporte de copolímero de estireno-divinilbenzeno magnetizado pela inserção de partículas de óxido de ferro, visando a substituição dos tradicionais catalisadores químicos e possível aplicação industrial. Para tanto, o desempenho do biocatalisador magnetizado foi comparado com a lipase livre e imobilizada em suporte de poli(estireno-co-divinilbenzeno) não magnetizado, sendo caracterizados em função das melhores condições de operação em pH e temperatura, determinação das constantes cinéticase estabilidade térmica. Os resultados sugeriram que o derivado magnetizado possui grande potencial de aplicação, apresentando Km de 1766,57 mM, Vmáx de 5870,08 U g -1 ,elevada estabilidade térmica (Kd = 0,068 h -1 ) e tempo de meia vida de 10,2h, comprovando assim a boa estabilidade do biocatalisador. Além disso, a incorporação de partículas magnéticas facilita sua separação do meio e possibilita sua reutilização de modo eficiente.
INTRODUÇÃOAs exigências para que as indústrias operem seus processos em condições de desenvolvimento sustentável, são cada vez mais importantes em várias partes do mundo, e tornam-se um obstáculo a ser superado sem a disponibilidade de biocatalisadores adaptados a estas condições (Polshettiwar et al., 2011;Verma;Barrow;Puri, 2013). Assim, o uso de processos enzimáticos em substituição às rotas químicas tradicionais desponta como uma alternativa para a obtenção de produtos não agressivos do ponto de vista ecológico.Nesse contexto, a imobilização de lipases em suportes sólidos torna essa área ainda mais promissora, atribuindo maior estabilidade ao biocatalisador, permitindo operações em regime contínuo, melhor dispersão no meio reacional e sobretudo, a capacidade de reutilização (Paula et al., 2008). Dentre os métodos de imobilização mais usados atualmente estão: a ligação cruzada; a encapsulação; as ligações covalentes e a adsorção, sendo essa última a mais simples e comumente aplicada (Lima et al., 2001).