Síndrome De Fournier: Um Artigo De Revisão

Abstract

A Gangrena de Fournier é uma infecção polimicrobiana ocasionada por microrganismos aeróbios e anaeróbios, que determinam uma fasciíte necrosante rápida e progressiva, comprometendo principalmente a região do períneo e a região genital. Embora qualquer um possa ser acometido pela doença, são afetadas com mais frequência pessoas com algum déficit de imunidade, observa-se também maior prevalência no sexo masculino. Caracteriza-se por ser uma doença de rápida podendo evoluir para Sepse e, se não tratada em tempo hábil poderá progredir para falência múltipla orgânica e até mesmo óbito. O diagnóstico precoce facilita um tratamento eficaz. São medidas de tratamento o desbridamento químico e cirúrgico, antibioticoterapia de amplo espectro e a oxigenoterapia hiperbárica.

Gangrena de Fournier: Novas abordagens terapêuticas com o uso de pressão negativa e oxigenoterapia hiperbárica

“…A Gangrena de Fournier (GF), também chamada de Síndrome de Fournier (SF), trata-se de uma infecção polimicrobiana ocasionada por microrganismos aeróbios e anaeróbios. (Azevedo, Araújo, Marin, Baldi, & Alves, 2016) (Ioannidis et al, 2017).…”

“…Tal infecção, determina o aparecimento de uma fasciíte necrosante que acomete, em especial, o períneo e órgãos genitais (Rodríguez, Larios, García, Rodríguez, & López, 2015), mas pode se estender para a raiz da coxa, parede abdominal e retroperitônio (Moreira, Gonçalves, Aucelio, & Silva, 2017). Outrossim, o quadro pode evoluir com septicemia, levando à falência de órgãos e até à morte (Azevedo et al, 2016).…”

“…Tal afecção foi relatada pela primeira vez por Baurienne, no ano de 1764, porém, nos anos de 1863 e 1864, com a publicação de 2 trabalhos, o urologista francês Jean Alfred Fournier descreveu com detalhes a patologia, que acometera o escroto e pênis de 5 homens jovens (Singh, Ahmed, Aydin, Khan, & Dasgupta, 2016), que primeiro ele chamou de gangrena idiopática fulminante (Inácio et al, 2020) (Yanaral et al, 2017) (Lima, Almeida, Góes, & Izabel, 2019) e, posteriormente, herdou seu nome em sua homenagem (Azevedo et al, 2016) (Yanaral et al, 2017).…”

“…A partir desse ponto, um quadro de endarteríte obliterante se instala, desencadeando trombose vascular cutânea e subcutânea e necrose de tecidos irrigados por essa vasculatura. Doravante, áreas onde antes não havia infecção são acometidas devido ao estado desvitalizado do tecido (Moreira et al, 2017) (Azevedo et al, 2016). Por fim, o metabolismo das bactérias envolvidas na afecção produz gases, como o hidrogênio e nitrogênio, que resultam em crepitação do tecido, demonstrada nas primeiras 48 -72 horas do início do quadro (Cruz, Andrade, & Arruda, 2016).…”