“…Na medida em que Freyre interpreta raça e cultura com um viés neolamarckista, o meio colocado no primeiro plano, pois, "baseando humanos para se adaptar às mais diferentes condições ambientais, enfatiza acima de tudo a sua capacidade de incorporar, transmitir e herdar as características adquiridas na sua discreta e localizada -interação com o meio que Freyre afirma, baseado em Spengler, que "uma raça não se transporta de um continente Ademais, de alguma maneira utilizando-se das mesmas prerrogativas deterministas de pensadores europeus, ele fixa "os europeus" -e tudo que lhes é relativo mais adequado para seu desenvolvimento e ressalta que esse tipo de civilização e povo é e ambiente. Nesse sentido, enquanto o clima tropical é perfeito para uma civilização brasileira, ou luso-brasileira, é pechoso e ruim para uma civilização de molde Além do mais, é justamente por conta de um meio tropical de "excessos" e cias" extremadas que Freyre (2003, p. 78 Diante disso, alguns analistas de Casa Grande & Senzala chamam atenção para uma leitura neolamarckista de Freyre em torno da raça e da cultura (COSTA E SILVA, 2009;RICUPERO, 2011;ARAÚJO, 1994;REIS, 2007). O autor teria herdado essa perspectiva de Boas, quem, apesar de rejeitar o determinismo racial, concluindo pela predominância da cultura como condicionante do comportamento humano, continuou operando e considerando a influência exercida pelo meio (físico e social) sobre as sociedades.…”