“…O político romano Lucius Calpurnius Bestia, foi acusado pela morte de várias de suas esposas por meio do uso de acônito, uma planta da qual se extrai um veneno letal, que segundo seus acusadores, ele inseria manualmente na vagina de suas vítimas durante o ato sexual. Em 69 d.C. Locusta, uma envenenadora de aluguel, foi executada publicamente por ordem do imperador romano Galba, pela morte de inúmeras vítimas[10,19].A definição precisa do termo assassinato em série é alvo de discussão na comunidade científica, porém, uma das definições mais aceitas é a presente no Manual de Classificação de Crimes (Crime Classification Manual, 2006), que compreende a ocorrência de: (i) ao menos duas vítimas (algumas definições requerem três vítimas); (ii) as vítimas são mortas de uma maneira não contínua (há um período de "esfriamento emocional" entre os assassinatos); e (iii) os assassinatos geralmente envolvem um forte componente sexual[3,4].O assassinato em série é, na maioria das vezes, um crime premeditado que envolve fantasia referente ao ato e planejamento meticuloso da escolha da vítima, local, situação e data. Após o crime, o assassino entra em um período chamado de "esfriamento emocional", que pode durar por horas, dias, meses, anos ou até mesmo ser permanente e, de acordo com Ressler e colaboradores[4], é uma característica chave que distingue os assassinos em série dos outros assassinatos com múltiplas vítimas.…”