Esse artigo foi construído a partir de reflexões sobre as performances de si e seu diálogo com as questões de reconhecimento, imagem, memória e esquecimento. Para tanto, foi dividido em três seções, correspondentes aos objetivos de nossa escrita. Primeiramente, apresentamos a compreensão de performance e sua relação com o reconhecimento do observador. Os referenciais teóricos interdisciplinares mobilizados para essa seção dialogam com a teoria de identidade-metamorfose na Psicologia Social Crítica brasileira, a teoria crítica de Walter Benjamin e os estudos sobre performance. Em seguida, discutimos a relação entre as fotografias documental e contemporânea, a fim de mostrar a articulação da fotografia com o teatro performativo e a performance artística, que são essenciais para a fotoperformance que, por sua vez, mostrar-se-á importante para a crítica do tempo cronológico/linear e a questão da memória. Na última parte, analisamos imagens de dois ensaios produzidos pelo fotógrafo brasileiro Fernando Maia da Cunha, intitulados: “Diários de um viajante do tempo” e “Fernando não esteve aqui!”. Concluímos assinalando como os referidos ensaios oferecem elementos para a compreensão do processo de montagem e fotoperformance, assim como apresentam contribuições significativas para os estudos da memória, esquecimento e narrativa de si no campo da Psicologia Social Crítica.