“Se calhar é porque existem mais brancos do que negros no mundo”

Abstract

Este artigo é resultado de uma pesquisa mais ampla que, inspirada na etnografia e a partir de entrevistas em profundidade realizadas com jornalistas e com profissionais da redação e dos discursos mobilizados em capas, em ensaios fotográficos e em reportagens/textos jornalísticos de Men’s Health Portugal e de Junior, objetivou perceber quais sentidos acerca das masculinidades, então, eram ali mobilizados. Aqui, de modo mais específico, a atenção se volta aos regimes de visibilidade que enquadram homens negros nessas revistas. A partir de referências bibliográficas que dizem dos gêneros/masculinidades, das identidades e das diferenças e das identidades negras, pergunta-se: quais lugares, a partir de seus discursos, as revistas Men’s Health Portugal e Junior reservam aos homens negros? O apagamento desses corpos ou, mais especificamente no caso de Junior, uma visibilidade regulada (hipersexualização do homem negro) são algumas das principais conclusões.

Gênero, religião e política: a mobilização evangélica contra os direitos reprodutivos e a atuação de Damares Alves

“…Nela, vemos a historicidade da prática do mesmo, na qual as concepções e a própria forma como se "moldam" os corpos femininos e masculinos em relação ao cumprimento de seus papéis sociais difere enormemente no que tange ao tema da reprodução (Mclaren, 1997;Galeoti, 2003). Como expõe a historiadora Fabíola Rohden: "determinados valores e representações em torno do gênero estão intimamente conectados com a determinação de práticas e intervenções Essa mobilização antifeminista é formulada com a ascensão de mulheres conservadoras -religiosas ou não -que produzem tensionamento e disputa sobre os direitos das mulheres, tendo como ponto central a questão do "empoderamento da mulher" no país e seu lugar na sociedade -que deve ser de proteção à família (Mendonça, Moura, 2021).…”