Saúde mental na Atenção Básica: identificação e organização do cuidado no estado de São Paulo

Abstract

RESUMO Este artigo teve como objetivo descrever e discutir como se identifica o sofrimento em saúde mental e como se organiza o cuidado em saúde mental nas unidades de Atenção Básica (AB) do estado de São Paulo. Para isso, baseou-se em um estudo transversal quantitativo e descritivo, realizado por meio de um inquérito telefônico em serviços de Atenção Básica à Saúde do estado. Os dados foram analisados segundo o porte do município e a presença de profissional de saúde mental na unidade. Os resultados reiteram a alta frequência com que aparecem demandas de saúde mental na AB e indicam: baixa proatividade na busca de demandas em saúde mental; troca de receitas e uma perspectiva mais biomédica como relevantes na identificação dos problemas; baixo planejamento do cuidado e pouca abrangência na articulação intersetorial. Também revelam a importância da presença de profissionais de saúde mental na qualificação do cuidado e no fortalecimento de ações psicossociais. As unidades do município de São Paulo se mostraram mais potentes na identificação, organização do cuidado, manejo psicossocial dos problemas e articulação intersetorial. Os municípios pequenos se destacaram pela presença de profissionais de saúde mental e pelo uso de visitas domiciliares por agentes comunitários de saúde para a identificação dos problemas.

Primary health care organization in municipalities of São Paulo, Brazil: a model of care aligned with the Brazilian Unified National Health System’s guidelines

“…Our results confirm the large number of municipalities with heterogeneous networks such as heterogeneous-FHS, traditional and mixed, composed mostly of municipalities with more than 50,000 inhabitants, but which also includes a significant part of municipalities with 10,000 to 50,000 inhabitants. This high frequency of municipalities with the three types of services coincides with other studies on the coexistence of different PHC arrangements in São Paulo municipalities 19 , 20 , 21 , 22 and the resistance of some of them, especially those with more than 100,000 inhabitants, to fully adhering to the FHS 33 , 34 .…”

“…In this perspective, the São Paulo experience is a rich scenario for the proposed discussion given the diversity of PHC arrangements and their different response capacities 19 , 20 , 21 , and the accumulated debate on health care models and public policy propositions - historically inspired by state experiences and critical reflections on PHC 22 .…”

Poor access to health services for depression treatment in Brazil

“…After the psychiatric reform, several services and programs were implemented, such as Psychosocial Care Centers ( Centro de Atenção Psicossocial – CAPS), the Back to Home Program ( Programa de Volta para Casa ), the Comprehensive Care Program for Users of Alcohol and Other Drugs ( Programa de Atenção Integral a Usuários de àlcool e outras Drogas ), the creation of Psychosocial Care Network ( Rede de Atenção Psicossocial – RAPS), among others. The implementation of these programs, working together with primary care, brings about a proximity to the users’ life territory, with a continuous bond with the community and longitudinal care 17 .…”

A necessidade de abordagem sobre saúde mental na atenção básica: Uma revisão integrativa

“…A implementação da Redes de Atenção à Saúde (RAS) e da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que tem como objetivo ampliar os serviços e cuidados para além dos espaços hospitalares, caracteriza-se como uma prática pautada na territorialização e ampliação das redes sociais existentes dentro das comunidades. (PUPO, et al, 2021) Em decorrência dessa localização descentralizada e proximidade maior com a comunidade, a Estratégia Saúde da Família (ESF) apresenta maior capacidade em criar vínculos com os usuários. Nesse sentido, estando mais apta para realizar diagnósticos e intervir de forma mais precoce na população, seja de forma individual ou coletiva.…”