Samambaias Do Parque Estadual Cânion Do Rio Poti, Buriti Dos Montes, Piauí

Abstract

Essa pesquisa objetivou identificar as espécies de samambaias ocorrentes em afloramentos rochosos, no Parque Estadual Cânion do Rio Poti, Buriti dos Montes, Piauí, bem como o seu padrão de distribuição geográfica, os domínios fitogeográficos, o tipo de colonização nos substratos e as formas de vida das espécies. O material botânico foi coletado, herborizado e identificado seguindo a literatura usual especializada. A flora de samambaias do Parque Estadual Cânion do Rio Poti é composta por seis espécies, Adiantum deflectens Mart., Adiantum petiolatum Desv., Ceratopteris pteridoides (Hook.) Hieron., Ceratopteris thalictroides (L.) Brongn., Cheilanthes eriophora (Fée) Mett., distribuídas em duas famílias e quatro gêneros. A família Pteridaceae é a mais representativa (5 spp.), seguida de Salviniaceae (1 sp.). Dessas espécies, três (50%) têm distribuição nas américas, duas (33,3%) são Circum-Antártica e uma (16,7%) é da América do Sul. Além disso, duas espécies (33,4%) apresentam-se distribuídas de três a cinco domínios fitogeográfico e quatro (66,6%) em dois domínios. Cinco espécies (83.3%) são amplamente distribuídas nos Estados brasileiros (18-24) e uma (16,7%) apresenta moderada distribuição (4). Este estudo é a primeira listagem florística de samambaias para o parque, sendo uma importante contribuição do grupo para o domínio fitogeográfico da Caatinga, o Estado e o parque, que amplia sobre a ocorrência e a distribuição geográfica das espécies para o estado. Esses resultados não se dão por finalizado, sendo necessários novos estudos e levantamentos florísticos do grupo em outras fitofisionomias nas áreas de delimitação dentro e fora do parque para amostrar a real diversidade.

Levantamento florístico das angiospermas do Parque Estadual Cânion do rio Poti, Buriti dos Montes – PI

“…O Parque Estadual Cânion do Rio Poti (Figura 1), é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, criada em 18 de outubro de 2017 pelo Decreto nº. 17.429, com área de 24.772,23 ha, localizada no município de Buriti dos Montes, Piauí, em um trecho do médio curso da bacia hidrográfica do rio Poti, pertencente à ecorregião do Complexo Ibiapaba-Araripe (Velloso et al, 2002;Moraes et al, 2020;Moraes et al, 2021).…”

“…e aspectos, a região da UC Cânion do Rio Poti é considerada como uma das maiores áreas protegidas no domínio da Caatinga brasileira, o que assegura a manutenção de serviços ambientais, ecossistêmicos e ecológicos, incluindo também a conservação dos recursos naturais e dos sítios arqueológicos e paleontológicos, essenciais para a sociedade, o ambiente e a biodiversidade (Moraes et al, 2020;Moraes et al, 2021). Acrescenta-se, ainda, que a região da UC Cânion do Rio Poti, apresenta uma grande riqueza cênica, principalmente, por conta das variadas singularidades geológicas e geomorfológicas do local, o que a torna com alto potencial para interesse arqueo-paleontológico, científico, cultural, didático, ecológico, econômico, estético, educativo religioso e turístico (Moraes et al, 2020 As amostras do material botânico das angiospermas foram coletadas e herborizadas segundo as técnicas usuais especializadas e, para cada espécie, foram coletados quando possível, cinco indivíduos em estágio reprodutivo, que atenderam ao critério de inclusão (indivíduos férteis ou em estágio reprodutivo), observados em caminhadas assistemáticas em toda a extensão da área de estudo.…”

“…Nesse contexto, a escolha e decisão em pesquisar sobre a florística de angiospermas do Parque Estadual Cânion do Rio Poti, se deu devido à necessidade de compreensão da importância da Unidade de Conservação (UC) para a proteção de um trecho do médio curso da bacia hidrográfica do rio Poti, que apresenta uma feição geomorfológica em aspecto de um Cânion que corta o município de Buriti dos Montes, Piauí (Moraes et al, 2020;Moraes et al, 2021). Essa área pertence a uma região semiárida do Brasil e faz parte do domínio morfoclimático da Caatinga, que apresenta um mosaico de ambientes e paisagens como morros, vales, serras e cânions, formados principalmente a partir de estruturas geomorfológicas, edáficas e climáticas presentes na região (Barreto 2011(Barreto , 2012(Barreto , 2014Moro et al, 2016;Santos, 2018;Costa et al, 2020;.…”

“…A área do Parque Estadual do Cânion do Rio Poti apresenta uma rica biodiversidade de flora e fauna ainda pouco explorada cientificamente. Para essa UC há apenas um estudo com samambaias, realizado em duas áreas de afloramentos rochosos (Moraes et al, 2021). Nessa perspectiva, acreditou-se na possibilidade de encontrar novos registros de angiospermas para a região, em especial para o bioma Caatinga, ao qual faz parte a área de estudo.…”

“…Portanto, se faz necessário a realização de pesquisas, em especial com viés voltado a inventários florísticos das algas, angiospermas, briófitas, samambaias e licóficas, a fim de auxiliar na preservação permanente da UC, fornecendo subsídios para a conservação da fauna e da flora regional, além dos recursos naturais e dos sítios arqueológicos e paleontológicos (Santos, 2018;Costa et al, 2020;Moraes et al, 2020;Moraes et al, 2021;.…”