Rotulagem dos méis de Apis mellifera comercializados no Alto Sertão da Paraíba

Abstract

O mel é um produto alimentício de origem animal que, como qualquer outro, está suscetível a adulterações e inconformidades. Portanto, para evitar inconsistências no mercado brasileiro, deve-se seguir os padrões estabelecidos pela legislação vigente, a qual dispõe de dispositivos para regulamentar as embalagens/rótulos de produtos, a fim de estabelecer informações sobre a sua originalidade, qualidade e certificação, firmando vínculo comunicativo com o consumidor. Neste sentido, objetivou-se analisar a rotulagem de marcas de méis de abelhas Apis mellifera adquiridas em cidades do Alto Sertão Paraibano, verificando a conformidade com a legislação. Os resultados reportam que as embalagens mais utilizadas são de plástico e que apenas 37% contém no rótulo o selo de inspeção. Dentre as marcas verificadas, todas apresentaram rotulagens com inconformidades diante da legislação vigente. Foi identificada a necessidade de disposição de informações pertinentes como: identificação do produtor, origem, lote, modo de conservação, medida caseira, florada predominante, ausência de glúten, termo de restrição a crianças com menos de 1 ano de idade e informações nutricionais.

Produção, comercialização e exportação de produtos apícolas: uma análise do desempenho da região nordeste brasileira

“…Os canais para a comercialização de produtos apícolas ainda são limitados, ainda a problemas com a inserção das tecnologias e com a questão da gestão rudimentar (Dantas et al, 2020). Porém, é consenso entre os pesquisadores e apicultores de que há espaço para crescer, e isso pode acontecer a partir do momento que as cooperativas e associações entenderem que é imprescindível uma gestão profissionalizada, o que vai permitir que ocorra a prospecção de compradores de maior envergadura e, proporcionará consequentemente um espaço favorável para que os produtores invistam mais em gestão e tecnologia, aumentando sua produção e qualidade do mel (Vidal, 2020;Silva et al, 2020).…”

“…A Paraíba obteve produção de mel de 157 toneladas em 2017 e ocupou a 5ª posição de maior produtor entre os estados da região Nordeste (IBGE, 2017). Porém, alguns entraves como a inópia de cursos profissionalizantes e não aplicabilidade dos padrões de qualidade, acabam por dificultar a venda do mel no mercado externo e interno (Silva et al, 2020;Dantas et al, 2020).…”

“…A apicultura se caracteriza pela exploração racional e econômica das abelhas do gênero Apis e da espécie Apis mellífera, sendo sua introdução no Brasil datada desde 1839 (Scaramucci & Silva, 2014). Contudo é apenas praticada com maior intensidade a partir da imigração dos europeus (alemães e italianos) para o Brasil, que, no início do século XIX, trouxeram as abelhas europeias (Silva et al, 2020). É uma atividade de relevância reconhecida na geração de renda e emprego, fator de diversificação da propriedade rural, proporcionando diversos benefícios sociais, ecológicos e econômicos (Souza et al, 2012).…”

“…Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura -FAO (2019), no Brasil, no ano de 2017 a produção do mel chegou a uma estimativa de 20 a 49 mil toneladas, produção semelhante a países como Uruguai, Espanha, Canadá e Alemanha. A região Nordeste, por exemplo, apresenta índices altos de competitividade no mercado exterior devido a qualidade do mel produzido na região (Aires-Neto & Carvalho, 2017;Vidal, 2019;Silva et al, 2020). Contudo, os dados nacionais mostram que um dos entraves para a expansão da produção de produtos apícolas no Brasil é o baixo consumo, em especial do Mel, que está conexo ao baixo nível de renda e também a falta de hábito de consumo, além da visão de que o mel é um produto apenas de uso medicinal, desconhecendo suas características nutricionais (Paula et al, 2016).…”

Análises de fraude por adição de açúcares e rotulagem em méis comercializados no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro

“…Em 2020, a produção de mel correspondeu a 130 kg em Duque de Caxias, Rio de Janeiro (IBGE, 2020). O mel é suscetível a adulterações e inconformidades (Silva et al, 2020;Silva et al, 2021), pois é facilmente alterado com adição de água, açúcares comerciais, como xaropes de milho, sacarose, glicose e caldo de cana-de-açúcar (Albuquerque et al, 2021;Salgado et al, 2008). Por esse motivo, realizar análises físico-químicas em méis é um mecanismo de demonstrar garantia de qualidade e fiscalização, importante para constatar adulterações (Ribeiro et al, 2009).…”