Risco relacionado ao consumo de tabaco e álcool em homens trabalhadores metalúrgicos

Abstract


 Objetivo: Descrever o risco relacionado ao consumo de tabaco e álcool em trabalhadores metalúrgicos. Métodos: Estudo transversal com 180 trabalhadores de uma metalúrgica de grande porte, que responderam um questionário que abrangia variáveis sociodemográficas e dois instrumentos para rastreamento do consumo de drogas de abuso.Utilizaram-se estatística descritiva e regressão logística multinomial. Resultados: A maioria dos respondedores tinha entre 26 aos 45 anos, era casada, com filhos, católica, branca, com até 11 anos de escolaridade e conviveu com familiar usuário de álcool ou tabaco. Os níveis de risco moderado e elevado de consumo de tabaco e álcool foram, respectivamente, 19,4 e 3,3% e de 32,8% e 3,3%, sendo associados a:faixa dos 36 aos 66 anos, moradia não própria, ser católico, apresentar absenteísmo e convívio com familiar usuário. Conclusão: Os níveis de risco encontrados neste estudo foram semelhantes aos da população geral de homens. A maioria dos usuários de tabaco se encontrava nos níveis de risco que permitiam benefícios de políticas de cessação tabágica. Verificou-se, ainda, padrão do tipo binge drinking na maioria dos usuários de álcool, representado risco para morbimortalidade para causas externas.

Educação em saúde mental no trabalho: protagonismo dos trabalhadores no contexto sindical

“…As atividades de Educação em Saúde desenvolvidas estão apresentadas no Quadro 1. Apesar do uso e abuso de substâncias psicoativas não ter aparecido como demanda, a temática foi incluída nos encontros como estratégia de orientação acerca dos riscos relacionados ao consumo excessivo de substâncias psicoativas, em especial o álcool, cujo uso é elevado entre os homens trabalhadores 20 .…”

“…Um estudo realizado com 788 trabalhadores da metalurgia no Paraná apontou que os níveis de risco relacionados ao consumo de álcool e tabaco, nesse grupo, foram semelhantes aos da população geral 20 . Todavia, é importante ressaltar as graves consequências do uso abusivo de álcool e outras drogas, especialmente quando associado a outros sintomas.…”

Morbimortalidade e fatores associados ao óbito em internados por efeitos do álcool e outras drogas

“…A identificação dos fatores associados à internação por efeitos do abuso de álcool e outras drogas é importante para a elaboração de ações e estratégias de prevenção das internações e medidas de monitoramento dos agravos relacionados ao consumo de drogas. 1,2,13,14 Os achados de caracterização sociodemográfica corroboraram com os resultados da literatura, [19][20][21] que evidenciam a predominância masculina no consumo de álcool e outras drogas, e nos transtornos relacionados ao uso de drogas.…”

“…Em estudo sobre os fatores associados ao uso de álcool em homens, verificou-se que o risco de desenvolver transtornos relacionados ao uso de álcool atingiu o pico aos 30 anos de idade, com maior risco em homens com mais idade que em jovens, sendo ainda observada maior prevalência em homens casados, desempregados e sem comorbidades mentais. 13,26 Mundialmente, sabe-se que os transtornos relacionados ao uso de álcool, têm sido os mais prevalentes entre todos os relacionados ao uso de substâncias, resultando em elevados anos potenciais de vidas perdidos por incapacidade. Em estudos com usuários de drogas, verificou-se que os homens com nível educacional mais baixo apresentaram elevadas prevalências para beber compulsivamente (ou binge drinking), e o uso pesado de outras substâncias, em comparação aos indivíduos com nível educacional mais alto.…”

“…11,12 O consumo de álcool está associado diretamente ao aumento do risco de hospitalização em grande parte da população brasileira, atingindo cerca de três milhões de mortes (5,3%) anuais, além de sequelas temporárias ou permanentes. 13 Um estudo com 611 admissões em uma Unidade de Terapia Intensiva geral nos Estados Unidos informou que as drogas foram responsáveis por 28% das admissões hospitalares e 39% dos custos hospitalares. Dessas internações, 14% tinham relação com o tabaco e resultaram em 16% dos custos hospitalares; 9% foram relacionadas ao efeito do álcool, com 13% dos custos; e 5% das admissões foram relacionadas aos efeitos das drogas ilícitas.…”