Resumo
Objetivos Descrever o resultado funcional do tratamento não operatório de fraturas desviadas da extremidade proximal do úmero (FEPU) pela escala da American Shoulder and Elbow Surgeons (ASES, na sigla em inglês) após 12 meses e avaliar se as diferentes classificações e medidas radiográficas iniciais têm correlação com os resultados clínicos.
Métodos Foram avaliados em tempos padronizados (3, 6 e 12 meses), 40 pacientes > 60 anos com FEPU submetidos ao tratamento não operatório. Foram utilizadas as escalas da ASES, Constant-Murley e Single Assessment Numeric Evaluation (SANE, na sigla em inglês). As variáveis radiográficas incluíram as classificações de Neer e Resch, a presença de fratura e desvio dos tubérculos, cominuição metafisária, lesão periosteal medial, desvios angulares e translacionais da cabeça no plano coronal e sagital e desvio dos tubérculos.
Resultados Observamos resultados pela escala de ASES de 77,7 ± 23,2 para toda a amostra, pela de Constant-Murley de 68,7 ± 16 e de 82,6% para a escala em relação ao lado contralateral. A escala de SANE aos 12 meses foi de 84,8 ± 19. Os critérios radiográficos que apresentaram influência negativa no resultado clínico pela escala de ASES aos 12 meses foram a gravidade pela classificação de Neer e pelo desvio angular no plano coronal (mensurado pelo ângulo cabeça-diáfise) e a presença de fratura dos tubérculos.
Conclusão O tratamento não operatório de fraturas desviadas da extremidade proximal do úmero em pacientes idosos resulta em bons resultados clínicos. Os resultados clínicos são influenciados negativamente pelo desvio angular da cabeça do úmero e pela presença de fratura dos tubérculos maior e menor, assim como pela classificação de Neer.