Este trabalho propõe analisar a categoria bondade como elemento ético-normativo apartado do pensamento político de Nicolau Maquiavel na obra O Príncipe. Isso porque há na teoria de Maquiavel uma raison d'État (razão de Estado) que autoriza o príncipe a não ser bom, que faculta ao príncipe aplicar inclusive a força como recurso oficial do governo para a manutenção da ordem. Sobre o exposto, inquieta saber por que Nicolau Maquiavel excluiu a bondade como fundamento do poder político. Para investigar os dados que respondem a essa indagação, esta pesquisa elege uma revisão bibliográfica sobre estudos de autores como Benner, Bignotto, Kritsch e Aranha. Os resultados indicaram que, em face de os julgamentos políticos não se fixarem em atributos de ordem moral e sim de ordem técnica, bondade ou maldade não se incluem em tais critérios, segundo a ótica de Maquiavel, mas sim eficiência e eficácia.