Não poderia deixar de ser observado pela filosofia que o panorama atual da modernidade tardia acrescenta um componente disjuntivo, se considerado à luz do veredicto nietzschiano sobre a morte de Deus. A novidade que se faz presença é o revival religioso. Assim, caso se pretenda compreender tal componente, a Filosofia da Religião teria que sair de um certo ostracismo, decerta feita até cômodo, e ver que a religião vem ocupando o espaço pú-blico e os meios de comunicação, a ponto de se tornar causa eficiente que influencia a pauta corrente de ques-tões político-governamentais, o que tem sido comum no cenário recente no país. A impressão que se passa é que a religião recobrou sua relevância na vida da sociedade a ponto de su-plantar o niilismo, tema em voga até a segunda metade do século passado. Se isso é verdade, o que se pretende, num recorte histórico-hermenêutico, é lançar algu-mas indagações seminais para verificar até que ponto o niilismo foi desban-cado pela religião e, assim, teve que migrar, enquanto temática, do centro para a periferia do debate, porque perdeu relevância enquanto ameaça ao sentido da existência humana, uma vez que a religião venceu a batalha da crise de sentido.