Repensando a Geografia Política. Um breve histórico crítico e a revisão de uma polêmica atual

Abstract

Para um maior aprofundamento a respeito da construção do mito da existência de uma "escola geográfica determinista", teoricamente capitaneada por Ratzel, veja-se o nosso ensaio Controvérsias Geográficas. Epistemologia e Política.

Ensinar Geografia para sempre: encontro com os clássicos

“…Dois direcionamentos podem ser extraídos do criticismo kantiano. O primeiro deles é que José William Vesentini pode ser identificado como alguém influenciado por essa tradição, algo ve-rificado através de citações em artigos e entrevistas (VESENTINI, 2008(VESENTINI, , 2009a(VESENTINI, , 2009bLOPES, PIRONI, 2009).…”

“…O outro refere-se à maneira pela qual ele tenciona a "operação crítica" em dezenas de passagens (VESENTINI, 1985a(VESENTINI, , 1988a(VESENTINI, , 1988b(VESENTINI, , 1993(VESENTINI, , 1997a(VESENTINI, , 1999(VESENTINI, , 2010. Com o fito de sintetizar uma problematização que foi sendo modificada ao longo de décadas de produção teórica, a síntese pode ser edificada nos seguintes termos: a) a crítica se insere numa ação racional em busca da autonomia do pensamento, projetando um ideal de emancipação democrática; b) através da crítica se intenciona aprimorar e compreender o papel histórico daquilo que é criticado, de forma que ele possa ser perspectivado de outros modos; c) não se trata apenas de superação: o criticismo kantiano promove um aprofundamento rigoroso do pensamento para subsequentemente apontar limites e insuficiências; d) a compreensão minuciosa pode desaguar em superação e subsunção do objeto, produzindo uma síntese superior provisória e sujeita a reformulações (VESENTINI, 1993(VESENTINI, , 2010); e) toda perspectiva crítica, na esteira de Kant, pressupõe engajar-se em prol de uma sociedade democrática e de um pensamento livre, em contraponto acirrado contras quaisquer formas de dogmatismo e burocratismo intelectual; f) por conseguinte, as raízes da criticidade são afluentes da "ideia iluminista de libertar o ser humano de todas as amarras: ignorância, preconceitos, autoritarismo, injustiças" (VESENTINI, 2009b, p. 125).…”

“…O outro refere-se à maneira pela qual ele tenciona a "operação crítica" em dezenas de passagens (VESENTINI, 1985a(VESENTINI, , 1988a(VESENTINI, , 1988b(VESENTINI, , 1993(VESENTINI, , 1997a(VESENTINI, , 1999(VESENTINI, , 2010. Com o fito de sintetizar uma problematização que foi sendo modificada ao longo de décadas de produção teórica, a síntese pode ser edificada nos seguintes termos: a) a crítica se insere numa ação racional em busca da autonomia do pensamento, projetando um ideal de emancipação democrática; b) através da crítica se intenciona aprimorar e compreender o papel histórico daquilo que é criticado, de forma que ele possa ser perspectivado de outros modos; c) não se trata apenas de superação: o criticismo kantiano promove um aprofundamento rigoroso do pensamento para subsequentemente apontar limites e insuficiências; d) a compreensão minuciosa pode desaguar em superação e subsunção do objeto, produzindo uma síntese superior provisória e sujeita a reformulações (VESENTINI, 1993(VESENTINI, , 2010); e) toda perspectiva crítica, na esteira de Kant, pressupõe engajar-se em prol de uma sociedade democrática e de um pensamento livre, em contraponto acirrado contras quaisquer formas de dogmatismo e burocratismo intelectual; f) por conseguinte, as raízes da criticidade são afluentes da "ideia iluminista de libertar o ser humano de todas as amarras: ignorância, preconceitos, autoritarismo, injustiças" (VESENTINI, 2009b, p. 125). g) acoplando o entendimento do conhecimento às condições de possibilidade histórias, políticas e culturais, o empreendimento crítico extravasa limites disciplinares e adota estraté-gias teórico-metodológicas ecléticas, plurais e contraditórias (tal como a realidade); h) devido ao fato do discurso científico ser uma forma de poder e dominação, quando não tática de manutenção de interesses hegemônicos, a atividade crítica assume os riscos de se metamorfosear em uma luta tensa contra saberes tidos como neutros e imparciais; i) o pensamento crítico é sub-repticiamente uma refundação das ideias precedida de uma atitude corajosa, haja visto que refletir por conta própria em um ambiente de interessantes divergentes é mais incômodo do que se esconder por detrás de uma equipe, de um partido ou de uma ideologia advinda de instâncias superiores (VESENTINI, 1999).…”

“…(VESENTINI, 1987, p. 85). Como resposta, nosso autor amarra a genealogia do ensino de Geografia a três contextos históricos: a invenção do Estado Nação, o desenvolvimento industrial e a globalização (VESENTINI, 1986a(VESENTINI, , 1988b(VESENTINI, , 1993(VESENTINI, , 1996(VESENTINI, , 1999(VESENTINI, , 2009b.…”

“…Com efeito, a expansão dos procedimentos pós-fordistas para todas as esferas sociais se traduz em investimentos nas áreas da informática, da biotecnologia, da engenharia genética, das telecomunicações, da robótica e da microeletrônica. Do mesmo modo, o mercado de trabalho vem sendo brutalmente revolucionado tanto por causa do progresso técnico, da mecanização das tarefas e da produção flexível e descentralizada como pelo aumento dos vínculos temporários e amarrados a projetos de curto prazo (VESENTINI, 1997a(VESENTINI, , 2009b. Devido a mudanças tão drásticas quanto velozes, o que caberia ao ensino de Geografia fazer?…”