Repartição da água da chuva sob o dossel e umidade do solo no gradiente fisionômico da vegetação do Cerrado

Abstract

Agradeço, encarecidamente, à orientadora, Giselda Durigan, pelo incentivo, confiança, sugestões, conselhos e, acima de tudo, encorajamento e apoio.Ao Instituto Florestal, pela oportunidade.Aos funcionários da Floresta Estadual de Assis, seu atual chefe, Osmar Vilas Boas e exchefe, José Carlos Molina Max, que, apesar dos recursos sempre escassos, nunca negaram apoio a esta pesquisa.Ao Professor Walter de Paula Lima, um agradecimento muito especial por ter sido o grande mestre de gerações de hidrólogos no fabuloso mundo da Hidrologia Florestal.Ao Programa de Pós Graduação da Escola de Engenharia da USP de São Carlos e aos secretários Claudete, Nelsinho e José Luiz, sempre solícitos, pelo enorme apoio com os trâmites burocráticos.Aos membros da banca examinadora, pela disposição em contribuir na avaliação desta tese.Ao esposo Wilson, que me ensinou que as barreiras existem para serem vencidas. Aos colaboradores incansáveis Edison 2013Apesar da grande área ocupada pelo Cerrado no território brasileiro e de sua importância ecológica e hidrológica, ainda é desconhecida a repartição da água das chuvas no gradiente fisionômico da vegetação nesse bioma. No presente estudo quantificamos a interceptação da água das chuvas e a umidade do solo, para estabelecer correlações entre as características estruturais da vegetação, representadas principalmente pela área basal, e os dados hidrológicos. Para tanto, quantificamos a transprecipitação e o escoamento pelo tronco das árvores, em 15 parcelas representativas do gradiente fisionômico entre o cerrado típico e o cerradão, localizados na Estação Ecológica de Assis (EEcA), SP, para obtenção da proporção da precipitação efetiva que atravessa o dossel e chega à superfície do solo, em comparação com a precipitação total, quantificada a céu aberto. Os indivíduos lenhosos em cada parcela com DAP ≥ 5 cm foram identificados e medidos. A quantidade de transprecipitação foi tanto maior quanto menos complexa a estrutura da vegetação, sendo também influenciada pelas características da chuva incidente. A proporção da transprecipitação também foi fortemente influenciada pela estrutura da vegetação, porém, não foi detectada influência das características das chuvas. Assim, foi possível concluir que, em ambiente de Cerrado, é a estrutura da vegetação que influencia de forma decisiva a proporção de água que alcançará o solo sob forma difusa. A facilidade em captar a água da chuva e escoá-la pelo tronco variou em função de atributos da árvore, sendo que árvores mais altas e com copa volumosa escoaram maior quantidade, enquanto árvores de crescimento monopodial, tronco ereto e reto e copa compacta têm maior eficiência de captação. O agrupamento das parcelas em diferentes fisionomias resultou em diferenças significativas nas taxas de precipitação efetiva e interceptação, indicando que elas devem ser caracterizadas hidrologicamente como ambientes distintos, onde há gradação na quantidade de água que chega ao solo em função do gradiente de biomassa. A transição da entrada de água ao solo no gradiente...

Partição Da Chuva Em Área De Recomposição Florestal Com Espécies Da Floresta Estacional Semidecidual

“…Rain that is not retained reaches the forest floor as throughfall (Tf), which consists of the fraction that drips from the canopies or passes directly through them, and as stemflow (Sf) (Crockford and Richardson, 2000). Together they make up net precipitation (Np) (Arcova et al 2003;Honda, 2013). Throughfall corresponds to approximately 80% of gross precipitation (Levia and Frost, 2006) and stemflow is generally very small, being between 1% and 5% of gross precipitation (Honda, 2013).…”

“…Together they make up net precipitation (Np) (Arcova et al 2003;Honda, 2013). Throughfall corresponds to approximately 80% of gross precipitation (Levia and Frost, 2006) and stemflow is generally very small, being between 1% and 5% of gross precipitation (Honda, 2013). The volume of water intercepted is not negligible and can be up to 50% of annual precipitation (Carlyle-Moses and Gash, 2011) and constitutes a considerable reduction in the amount that actually reaches the soil and, as a consequence, there is a decrease in water productivity (Crockford and Richardson, 2000;Honda, 2013).…”

“…Thus, it varies in time and space (Levia and Frost, 2006). Aspects related to vegetation cover are of great importance as management, changes in species and land use and occupation can affect the rain distribution process (Rogerson, 1968;Lima, 1976;Lima and Nicolielo, 1983;Gênova et al, 2007;Honda, 2013). Yue et al (2021) analyzed and synthesized the rainfall partitioning on a global scale using 236 independent publications.…”

Forest restoration and hydrological parameters effects on soil water conditions: a structural equation modelling approach

“…The Cerrado biome corresponds to areas that form eight of the twelve main Brazilian drainage basins, as classified by the National Council of Water Resources (LIMA; SILVA, 2008;BRASIL, 2017). It is considered a large water reservoir, denominated "cradle of waters", and plays a fundamental role in the processes of abstraction and distribution of water resources to other regions of Brazil, including contributions to the recharge of the Guarani aquifer (CARVALHO et al, 2016;HONDA, 2013;HUSSEIN, 2018).…”

A Produção De Serrapilheira No Cerrado E Sua Relação Temporal Com O Balanço Hídrico Climatológico

“…Mas apesar de sua relevância, atualmente são poucos os estudos na área da hidrologia, sobre a importância do papel da serrapilheira em processos hidrológicos (BULCOCK e JEWITT, 2012). Os estudos de interceptação da chuva no Brasil não têm considerado a interceptação da serrapilheira, as investigações feitas avaliaram apenas a interceptação do dossel e do tronco, como os trabalhos de Honda (2013), Lilienfein e Wilcke (2004), Oliveira et al (2014), Lima e Nicolielo (1983) e Vieira e Palmier (2006). Em seu artigo de revisão, Giglio e Kobiyama (2013) corroboram a percepção de tal lacuna quanto à necessidade de mais estudos sobre a interceptação da chuva em florestas de Cerrado típico, e também nos biomas Caatinga, Pantanal e Pampa.…”