Relato sobre uso da robótica educacional na discussão de gráficos em cinemática em uma turma do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública estadual

Abstract

Diversos trabalhos na área de ensino de Física apontam que os estudantes, emdiferentes níveis de ensino, apresentam dificuldades na construção e interpretação de gráficos em cinemática. Nesse contexto, a robótica educacional possibilita uma abordagem diferente da tradicional. O objetivo deste trabalho é apresentar um breve relato, alguns resultados e os principais aspectos positivos e dificuldades dos estudantes participantes após a aplicação de uma sequência didática que utiliza essa ferramenta para o ensino e aprendizagem de gráficos para o estudo do movimento retilíneo uniforme. As aulas ocorreram em uma turma de primeiro ano do ensino médio de uma escola estadual localizada no município de São José (SC). A análise das questões do pré e do pós-teste apontam uma diferença estatística entre as medianas do número de acertos e que a magnitude dessa diferença pode ser importante. Os principais aspectos positivos apresentados pelos estudantes são referentes ao aprendizado: de coisas novas, sobre análise de gráficos e programação. As principais dificuldades estão relacionadas a: análise gráfica e a programação.

Robótica Educacional para o ensino de gráficos em cinemática: possibilidade de suporte à necessidade de autonomia a partir de relatos de estudantes do primeiro ano do ensino médio

“…Embora autoria e autonomia sejam construtos distintos, entendemos que fornecer mais momentos onde o estudante sinta-se autor de sua aprendizagem pode contribuir para a satisfação da necessidade de autonomia ao facilitar a percepção de liberdade de escolha. Em relação às escolhas que o aluno pode fazer dentro da sala de aula, Stefanou et al (2004) argumentam que a experiência de autonomia diferencia-se qualitativamente em três tipos: autonomia organizacional, procedimental e cognitiva.…”

“…Além de estruturarmos as atividades em etapas, cada qual com seus objetivos específicos, baseados na teoria da autodeterminação e na proposição de Stefanou et al (2004), procuramos oferecer aos alunos contextos onde tivessem a oportunidade de experienciar diferentes tipos de escolhas (Quadro 1).…”

“…Com objetivo de melhorar a aprendizagem e aumentar o interesse dos estudantes, alguns autores defendem o uso de atividades experimentais e das novas tecnologias, em particular, o uso da Robótica Educacional, a qual apresenta potencial para contribuir com a proposição de contextos diferenciados, capazes de fomentar a discussão de diferentes conceitos físicos. Em relação ao ensino de cinemática, nos últimos anos o uso desse recurso tem sido objeto de investigações (MITNIK et al, 2009;TRENTIN et al, 2015;SIQUEIRA;SANTOS, 2019). Além de evidências para a aprendizagem, trabalhos com robótica sinalizam a possibilidade de melhoraria na qualidade motivacional dos estudantes (FORNAZZA;WEBER, 2014;TEIXEIRA et al, 2018).…”

Análise da carga cognitiva em atividades para introdução ao Arduino em aulas de Física

“…Para a redução dos problemas apontados pelas pesquisas, diferentes autores defendem o uso de abordagens diferenciadas, como por exemplo, as centradas nos estudantes com uso de atividades experimentais e/ou de recursos tecnológicos. Neste contexto existe um aumento no número de propostas de atividades e sequências didáticas, que utilizam a robótica educacional e/ou plataformas de prototipagem, como o Arduino, para a discussão de conceitos de Física (MITNIK et al, 2009;SANTOS, 2018;SIQUEIRA;SANTOS, 2017;MANNRICH;NEVES JR.;2021;SANTOS, 2021).…”