Este estudo teve como objetivos avaliar o nível de entendimento dos pacientes e/ou cuidadores em relação ao plano farmacoterapêutico prescrito pelo médico; identificar e descrever a frequência e tipos de erros de entendimento da prescrição médica pelos pacientes e cuidadores; e conhecer o perfil das pessoas que receberam na unidade prescrição médica para uso domiciliar. Estudo observacional, transversal, individuado, utilizando um questionário semiestruturado específico, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa, incluindo pacientes e/ou acompanhantes, de 18 anos ou mais, atendidos na Unidade de Pronto Atendimento Austin em Nova Iguaçu, que receberam prescrição médica para uso domiciliar, sem comprometimento cognitivo ou neurológico capaz de dificultar a compreensão. Dos 100 participantes, 86% eram pacientes e 14% cuidadores, 36% se autodeclararam pardos, 36% pretos e 28% brancos. Apenas 13% possuíam ensino superior. Somente 18% dos participantes acertaram todas as perguntas relacionadas ao uso do medicamento (via de administração, quantidade por dose, intervalo, frequência, duração do tratamento, indicação, conduta em caso de descontinuidade do tratamento e possibilidade de repetição da receita). Foram considerados de compreensão imprescindível os quesitos relacionados à posologia, onde apenas 59% acertaram os 3 itens e 11% não acertaram nenhum. Os de erros de entendimento mais frequente foram conduta em caso de esquecimento (64%) e possíveis efeitos colaterais (62%). Os resultados apontam a necessidade de estratégias de comunicação escrita e verbal que possibilitem plena compreensão da prescrição médica visando melhor resultado terapêutico.