Relação entre a presença da equipe de saúde bucal na Estratégia Saúde da Família com o nível de conhecimento dos agentes comunitários de saúde

Abstract

Objetivo: identificar a relação entre o nível de conhecimento dos agentes comunitários de saúde sobre saúde bucal e a presença da Equipe de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família. Métodos: uma pesquisa tipo inquérito foi realizada com 173 agentes comunitários de saúde alocados na rede pública de saúde em cinco municípios da região noroeste do estado de São Paulo, Brasil, por meio de um questionário autoaplicável, estruturado. O instrumento da pesquisa contemplava perguntas referentes à presença da Equipe de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família e questões sobre saúde bucal. Resultados: a maioria dos agentes comunitários de saúde estava inserida em estratégias com a presença de Equipes de Saúde Bucal (60,1%). Verificou-se que o conhecimento em saúde bucal da maioria dos participantes foi bom (48%). Conclusão: existe relação entre o nível de conhecimento dos agentes comunitários de saúde e a presença da Equipe de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família.

Organização da atenção odontológica no município: estudo de caso

“…Quando a atenção básica ficava sobrecarregada de pacientes com problemas periodontais, o atendimento das demais necessidades da população acaba comprometido entre os níveis de atenção, segundo diversos autores 8,28 . Essa é uma das questões mais críticas na organização dos serviços de saúde bucal, entretanto pode ser solucionada com a contratação e capacitação de profissionais que referenciam de maneira adequada os procedimentos que necessitem de atenção especializada, inclusive dos Agentes Comunitários de Saúde 29 . Além disso, a adoção de uma agenda de saúde desenvolvida de acordo com as necessidades específicas do município é indicada para a organização da demanda 9 .…”

Agentes comunitários de saúde: conhecimentos em saúde bucal e fatores associados

“…Um maior tempo de atuação remete ao pressuposto de maior maturidade na profissão desenvolvida, embora um estudo anterior 14 tenha verificado que o tempo de trabalho associado ao fator maior idade resultou em um menor conhecimento em saúde bucal, visto que profissionais com essas características poderiam desenvolver seus próprios conceitos, ficando resistentes ao desenvolvimento de novas experiências em saúde em seu território. No presente estudo, essa característica não foi observada, já que os participantes com mais de 10 anos de atuação mostraram resultados positivos, confirmando o pressuposto de que o tempo de atuação na ESF é considerado um fator importante para o entendimento do trabalho do ACS, que é pautado em suas práticas cotidianas 9,25 .…”

“…O papel dos ACS na atenção à saúde bucal vem sendo valorizado, e a busca por conhecimentos específicos é premente, na medida em que o enfoque de construção da figura desse profissional é oriundo de uma visão integral da saúde, o que claramente inclui a saúde bucal 2,[4][5][6][7][8][9][10] . Os agentes capacitados para orientar as famílias sobre questões de saúde bucal podem aumentar de forma significativa a cobertura de ações preventivas e de vigilância à saúde bucal, considerando o número desses profissionais e a amplitude do trabalho realizado por eles diretamente na comunidade 11 , podendo atuar como agentes transformadores pelo relevante papel na divulgação de informações sobre saúde bucal 12,13 .…”

“…Na literatura, há dados que fundamentam a interferência da odontologia na vida e no trabalho dos ACS, sendo observadas mudanças positivas na percepção em relação a aspectos de saúde bucal, na autoconfiança e no acesso a serviços e uso deles por parte de ACS submetidos à capacitação na ESB 4 . Além disso, a literatura mostra a relação positiva entre o nível de conhecimento dos ACS e a presença da ESB na ESF 9 , sendo esta um fator contribuinte para a expansão dos conhecimentos em saúde bucal dos ACS, o que possibilita que esses profissionais exerçam ações que impactem positivamente no processo de saúde-doença da comunidade em que estão inseridos, possibilitando ao usuário mudar hábitos e apoiando-se na conquista de sua autonomia 14 .…”

“…Os estudos têm procurado avaliar o conhecimento em saúde bucal dos ACS 5,9,[16][17][18] , as ações e práticas por eles desenvolvidas 6,7,10 e sua influência no grau de informação do usuário 4 , além da importância de capacitações em saúde bucal para esses profissionais 8,19 . Embora o conhecimento em saúde dos ACS venha sendo debatido e investigado, não se incluem na análise variáveis relacionadas à percepção dos profissionais quanto à integração com a ESB e se a qualidade desta influenciaria o conhecimento sobre o assunto.…”