Partindo da história bíblica da Torre de Babel para a origem dos diferentes idiomas, este artigo elabora a ideia de que a ciência econômica está fragmentada em distintas correntes ou escolas que não conseguem se comunicar adequadamente. Tradicionalmente esta dificuldade de interlocução é atribuída às diferentes metodologias de investigação e recomendação de políticas econômicas, refletindo principalmente divergências de caráter político e de contexto temporal e local. Este artigo defende que uma parte da incomunicabilidade entre as diferentes escolas de pensamento econômico não deriva desses fatores inerentes de desacordo, mas a fatores extrínsecos relacionados com a ausência de um tradutor universal entre os economistas. A dimensão, portanto, da linguagem precisa ser tratada com muita atenção para que os economistas não apenas se comuniquem melhor com o público, mas principalmente entre si. Realizando dois exercícios para pensar na viabilidade de um tradutor universal, argumento que é possível estabelecer um canal de diálogo inteligível entre membros de escolas diferentes, pelo menos em tópicos pontuais.