“…Em termos de história do livro e da leitura no Antigo Regime, esses simples detalhes ajudam a perceber como nas sociedades do Antigo Regime, entre os séculos XVI e XVIII, "a circulação multiplicada do escrito impresso modifi cou as formas de sociabilidade, autorizou novos pensamentos, transformou as relações com o poder" (Chartier, 1991, p. 178). No presente caso, é preciso perceber que essas dedicatórias, multiplicadas pelo processo de impressão, ultrapassaram em muito a simples bajulatio ou a reprodução de fórmulas de dedicação que os autores utilizavam para confi rmar e legitimar seu status como funcionários do império e vassalos (ver Villalta, 1999;Ramos, 1988). No caso português, era algo maior que estava em jogo, e o livro, na sua totalidade ou em seus detalhes editoriais, cumpria papel relevante no cenário do qual fazia parte.…”