Aristarco encarna no temido semblante do diretor do Ateneu, internato que intitula o romance de Raul Pompéia, a centralidade do poder. Segundo Sérgio, protagonista e narrador, no diretor pesa-lhe a mão da ordem a partir do exercício da própria vaidade. Estar no comando, para Aristarco, resume o seu caráter ao manifesto egoísta de comando, através de uma postura narcísica, arbitrária e ambiciosa. Embora se trate de um relato ficcional ocorrido na educação dos oiticentos, O Ateneu sugere um particular testemunho no tempo corrente, no que concerne à presença de uma direção escolar vertical com monopólio de poder. Nesta perspectiva, propõe-se o encontro entre a obra magna de Raul Pompéia e o recorte de um estudo de caso que sublinhou a postura não colaborativa e não democrática de diretores escolares na prestação de formações contínuas aos professores. Logo, o presente artigo intenciona aprofundar a discussão utilizando-se da coesão de tons entre a ficção e a educação, a fim de revisar o comportamento da gestão escolar frente ao poder.