RESUMOO estudo, que é transversal-exploratório, teve como objetivo descrever o processo de administração de insulina subcutânea em pacientes diabéticos hospitalizados em uma instituição hospitalar do interior do Estado de São Paulo, em 2004. Dele participaram 41 profissionais de saúde, sendo 12 técnicos e 29 auxiliares de enfermagem, responsáveis pelo preparo e aplicação de insulina por via subcutânea. Para a coleta de dados utilizou-se um roteiro de observação contendo seis partes, relacionadas ao processo de administração da insulina por via subcutânea realizado pelos auxiliares e técnicos de enfermagem. Os resultados mostram que, em relação à prescrição médica, 53,6% destas não apresentavam a assinatura do médico e 84,6% apresentavam-se legíveis. A maioria realizou corretamente os procedimentos para a aplicação de insulina; 63,4% selecionaram o sítio preconizado, 61% fizeram a prega subcutânea com ângulo de 90º. Por outro lado, houve erros nos procedimentos: 85,4% não consideraram o local da última aplicação e 97,6% não registraram o local de aplicação no prontuário do paciente. Os resultados apontam que o processo de medicação comporta características que podem levar à ocorrência de erros na medicação. Desta maneira, reforçamos a necessidade de se buscarem estratégias efetivas direcionadas à educação da equipe de enfermagem no que tange à atualização em administração de medicamentos.
Palavras-chave:Enfermagem. Diabetes Mellitus Tipo 2. Insulina.
INTRODUÇÃOO diabetes mellitus é uma síndrome caracterizada por hiperglicemia resultante da ausência ou redução na secreção de insulina e/ou da sua incapacidade de exercer seus efeitos. A hiperglicemia crônica, associada aos distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas, acarreta danos que ocorrem em longo prazo, como a disfunção e a insuficiência de vários órgãos, especialmente os olhos, os rins e o coração, e ainda dos nervos e dos vasos sanguíneos (1) . A prevenção do diabetes mellitus e de suas complicações constitui prioridade para a saúde pública mundial. Nessa direção, a sua prevenção deve ser realizada nos diferentes níveis de atendimento à saúde: na prevenção primária, mediante a identificação de indivíduos em risco; na identificação de casos não diagnosticados, na prevenção secundária e no tratamento dos indivíduos já afetados pela doença, visando prevenir complicações agudas e crônicas, em terceiro nível (2)(3) . O tratamento do diabetes visa ao controle glicêmico mais próximo possível da normalidade, pois, quanto melhor o controle metabólico, menor é a probabilidade do aparecimento de complicações dessa doença. As complicações podem ser agudas -reações hipoglicêmicas, cetoacidose diabética -e crônicas -macro e microangiopatias (4) .