IntroduçãoObservando não só os benefícios, mas também os danos que algumas tecnologias vêm causando ao meio ambiente e, portanto à própria subsistência do homem moderno, pesquisadores vêm direcionando seus estudos na busca de alternativas que possibilitem o uso dos novos produtos aliados a uma minimização do prejuízo a natureza. Técnicas de reciclagem e reuso de polímeros estão sendo investigadas de modo que se consiga uma diminuição e/ou re-aproveitamento de resinas sintéticas. Outro campo de pesquisa que desponta como grande vigor é a produção e utilização dos polímeros biodegradáveis e/ou obtidos a partir de fontes renováveis.Atualmente o poli (tereftalato de etileno) (PET) é um poliéster de grande consumo, o qual é muito utilizado em embalagens, principalmente em recipientes descartáveis para indústria alimentícia e em utensílios domésticos. Porém, como esses produtos apresentam um rápido descarte, tem-se observado uma grande quantidade de garrafas e outras embalagens de PET descartadas aleatoriamente, contribuindo para o aumento da poluição dos centros urbanos [1,2] . O PET é um termoplástico de engenharia muito utilizado em diferentes segmentos industriais por apresentar propriedades balanceadas como boa resistência a tração e ao impacto, rigidez, transparência e principalmente baixa permeabilidade a gases, aliadas a um custo relativamente baixo. O poli(3-hidroxibutirato) (PHB) é um poliéster termoplástico biodegradável sintetizado a partir de produtos naturais que apresenta propriedades mecânicas e físicas comparáveis a polímeros produzidos sinteticamente a partir do petróleo, como o polipropileno [3,4] . Como consequência de sua natureza semicristalina, as propriedades finais dos produtos à base de PET são também dependentes de fatores estruturais, tais como: o rearranjo das macromoléculas, o tamanho e perfeição dos cristalitos, tamanho e distribuição das regiões amorfas e cristalinas. Torna-se então muito importante o estudo e análise das condições de processamento ao qual a matéria prima foi submetida como também dos processos de cristalização do PET a fim não apenas de entender, mas também melhorar as propriedades finais dos produtos [4,5] . Sob influência da temperatura o PET pode cristalizar por resfriamento a partir do estado fundido "melt" (cristalização a quente) ou por aquecimento a partir do estado sólido-vítreo (cristalização a frio), como ilustrado na Figura 1 [6] . Na produção de garrafas, por exemplo, utiliza-se um molde gelado para obter pré-formas amorfas. Essas são posteriormente aquecidas em temperatura acima da temperatura de transição vítrea até atingir um estado borrachoso, quando então são submetidas a um processo simultâneo de estiramento e sopro. Durante o aquecimento da pré-forma a ocorrência de cristalização a frio é altamente indesejável e se constitui na principal causa de refugos de embalagens de PET. Isto ocorre porque nas regiões cristalizadas a pré-forma não adquire maleabilidade suficiente para ser soprada uma vez que o módulo elástico do PET semicristalino é muito superi...