A cigarrinha do milho (Daldulus maidis) tornou-se uma praga de considerável impacto econômico, que além de ocasionar danos diretos às plantas por meio da alimentação, esses insetos atuam como vetores de um complexo de doenças sistêmicas conhecido como enfezamentos (CEM). Os patógenos transmitidos pelas cigarrinhas para as plantas incluem duas bactérias da classe Mollicutes e um vírus. Os sintomas associados a este complexo incluem alterações na morfologia das plantas, redução da produtividade, má formação de espigas e menor produção de grãos, ou espigas improdutivas, o que pode afetar a qualidade sanitária dos grãos. Assim, objetiva-se com este trabalho realizar uma revisão sobre o CEM e a qualidade micotoxicológica dos grãos produzidos em prol da sustentabilidade e segurança alimentar da cadeia produtiva do milho. Apesar dos avanços tecnológicos observados na produção desta gramínea, a cigarrinha do milho e o CEM persiste como um desafio. Uma abordagem sustentável para mitigar esse problema consiste na adoção de variedades de milho que apresentem tolerância ao CEM, reduzindo a severidade da infecção. Variedades susceptíveis ao complexo podem apresentar alterações nas plantas e na espiga que favorecem a contaminação por gêneros fungicos produtores de micotoxina como Fusarium e Aspergillus, porém ainda são escassos os trabalhos que relacionam a ocorrência do CEM com qualidade micotoxicológica dos grãos produzidos e a segurança alimentar, sendo necessário o desenvolvimento de pesquisas nesta área.