IntroduçãoUm dos problemas mais discutidos na atualidade é o gerenciamento adequado da disposição final de materiais que não são reutilizáveis no seu processo de origem, especialmente os polímeros termorrígidos, por apresentarem uma estrutura química complexa, com longas cadeias cruzadas com baixa taxa de degradação e que são oriundos de fontes não renováveis. Um exemplo deste problema é a espuma rígida de poliuretano (PUR) que apresenta excelentes propriedades térmicas para isolamento térmico e provê alta resistência estrutural para refrigeradores e freezeres domésticos [1] . Este material é um termorrígido e possui uma estrutura altamente reticulada com células fechadas, baixa densidade e baixa condutividade térmica. No mercado brasileiro aproximadamente 58% em volume deste poliuretano está voltado para o segmento de refrigeração doméstica [2] . Atualmente, a indústria de refrigeração doméstica tem gerado grandes volumes de rejeitos de PUR em função do controle e desvios de processo, do controle da qualidade de espuma, dos programas governamentais brasileiro de trocas incentivadas de refrigeradores para redução do consumo de energia elétrica, do incentivo da criação de trabalho e renda com a isenção de impostos para produtos "verdes", e por todos os motivos inerentes a este setor industrial. As indústrias de refrigeradores domésticos no Brasil utilizam como meio para o destino deste material a deposição em aterro industrial. Isto se agrava consideravelmente quando se trata de um material com densidades extremamente baixas na ordem de 20 a 30 kg/m 3 . Isto significa que estes materiais ocupam um grande espaço nos aterros industriais e que dificulta a sua compactação agravando a solução do destino final destes materiais [3] .Há estudos nesta área propondo destinos diferentes para estes resíduos, que são possibilidades de reciclagem e recuperação da PUR, incluindo tratamentos mecânicos [3][4][5][6] e químicos [6][7][8][9][10][11][12] . A rota da reciclagem química por glicólise aplicada a espumas rígidas e flexíveis de poliuretano vem a cada dia se desmistificando e tem tomado espaço na literatura. No processo de glicólise as cadeias de poliuretano são degradadas em sucessivas reações de transesterificação da ligação uretano com polióis com o uso de solventes e catalisadores. A reação leva a conversão da espuma em reagentes numa mistura líquida de polióis e aminas aromáticas, que quando separados podem ser utilizados novamente como matéria prima em outros processos [6,8] . A Figura 1 mostra a reação de glicólise da espuma de poliuretano conforme Zia et al. [6] . A solubilização da espuma em solventes como o etilenoglicol (EG) ou o dietilenoglicol (DEG) e o uso de catalisadores como o acetato de potássio (KAc) e a dietanolamina (DEA) são aplicados em
Influência do Uso do Poliol Reciclado Obtido pela Glicólise na Preparação da Espuma Rígida de Poliuretano Elio Lopes Mestrado Profissional em Engenharia Mecânica, IST
Daniela Becker Centro de Ciências Tecnológicas, UDESC Mestrado Profissional em Engenharia Mecânica, I...