A ideia de crise ou degradação democrática é, assim como a própria noção de democracia, disputada teórica e analiticamente. Neste artigo, discorremos sobre as ações implementadas pela administração de Donald Trump nos Estados Unidos, focando a discussão nos impactos que os discursos e políticas adotadas pelo governo do republicano tiveram sobre os direitos de grupos historicamente marginalizados, como a população negra, as mulheres, as comunidades migrantes e a população LGBTI+. Defendemos que a análise de processos de desdemocratização devem considerar não só dimensões procedimentais, mas os efeitos desses quadros para a garantia e efetivação de direitos dos sujeitos. O reforço de desigualdades, o aumento de violências, a exclusão social e o desmonte de políticas públicas são alguns dos quadros observados, o que demanda reflexões mais amplas sobre as crises democráticas, bem como sobre as possibilidades de luta e resistência.