Rebelião e reforma em São Paulo: aspectos socioeconômicos e desdobramentos políticos da primeira fuga em massa de um presídio brasileiro (Ilha Anchieta, 1952)

Ferreira, Dirceu Franco

doi:10.11606/d.8.2016.tde-15082016-111816

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“…Após saquearem o cofre, queimarem os arquivos de prontuários e assaltarem as casas dos moradores, os rebelados lançaram-se ao mar em canoas, jangadas e em uma lancha com capacidade para 40 pessoas. Após alcançarem o continente, em diferentes pontos, os fugitivos buscaram subir a Serra do Mar em direção ao planalto, onde pensavam encontrar lugar seguro para fugir da caçada policial (FERREIRA, 2018).…”

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“…Na construção da figura do líder de rebelião, a imprensa ignorou os nomes dos dois colegas de Pereira Lima, conferindo grande centralidade à sua participação em todo o movimento, inclusive re-narrando suas façanhas como líder da rebelião na Casa de Detenção e nas fugas que se sucederam desde então. (FERREIRA, 2018).…”

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“…Com isso, Pereira Lima foi diversas vezes transferido para o Instituto Correcional da Ilha Anchieta, onde passou pelas piores intervenções, punições e crueldades destinadas a esse perfil de preso. Assim, sua passagem pelos cárceres paulistas seria marcada por uma série de medidas punitivas e violentas, visando à sua segregação.Ele seria considerado, posteriormente, o líder da rebelião e fuga em massa ocorrida na Ilha Anchieta, em 20 de junho de 1952, que teria sido provocada, entre outros agravantes, pelos maus-tratos praticados contra os presos(FERREIRA, 2018). prolongados de "bom comportamento" nestas oficinas.…”

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“…Por exemplo, o jornal evoca a figura do "Chefe da Rebelião de Anchieta" para anunciar que, agora, é ele mesmo quem "conta suas memórias". Mas mesmo essa atribuição de liderança da rebelião, que Pereira Lima negara durante o Inquérito policial realizado peloDOPS em 1952(FERREIRA, 2018, é ressignificada na autobiografia. Nela, Pereira Lima afirma que aquela rebelião fora realizada por representar uma luta contra a injustiça vivenciada pelos presos na ilha.…”

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As prisões de um delinquente rebelde: João Pereira Lima, 41 anos como reincidente genérico e incorrigível

Franco Ferreira,

Vieira dos Santos

2024

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Este artigo investiga os efeitos práticos do discurso médico-positivista nas avaliações criminológicas de João Pereira Lima ao longo de seus 41 anos de prisão em diversas instituições de privação da liberdade do estado de São Paulo. Ao recuperar sua experiência de encarceramento a partir dos prontuários produzidos pelo Instituto de Biotipologia Criminal (IBC) da Penitenciaria do Estado de São Paulo, investigamos as relações entre as teorias criminológicas e a construção de sua identidade institucional como um indivíduo de personalidade psicopática e perigosa. Demonstramos como a construção de sua imagem como um delinquente rebelde contribuiu para um processo de estigmatização, sofrido dentro e fora da prisão, e resultou no prolongamento de suas penas. Inserido nesse universo da operação discursiva da designação, Pereira Lima se fez narrador de sua própria trajetória ao publicar uma autobiografia nas páginas do jornal Última Hora nos primeiros meses de 1964. A partir dessa escrita de si, encaminhamos a conclusão do artigo demonstrando como, ao assumir-se autor da narrativa de sua própria vida, Pereira Lima revela capacidade e desejo de reconstruir sua identidade de modo a se contrapor àquela estabelecida pelo saber médico.

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As prisões de um delinquente rebelde: João Pereira Lima, 41 anos como reincidente genérico e incorrigível

Franco Ferreira,

Vieira dos Santos

2024

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“…Paulo Viana (1949Viana ( -19501952-1955 RELAÇÃO QUANTITATIVA GRAFITES CARCERÁRIOS RUÍNAS PRESÍDIO ILHA A NCHIETA -(24 CELAS)…”

Section: Na Imagem Abaixo Extraída Do Arquivo Pessoal Do Diretor Do P...unclassified

O corpo que me aprisiona: identidade e autorreferências no mundo prisional da Ilha Anchieta (1942-1960)

Aquino

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Para todos aqueles que não eram apenas um número! AGRADECIMENTOSA construção de uma tese é uma longa jornada. Nos últimos cinco anos, desde o momento de submissão do projeto ao Programa de doutoramento em Arqueologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, em março de 2018, muitas pessoas me deram o seu apoio essencial.Primeiramente, agradeço aos torcedores da minha vida, meus pais Crispino e Maria Evangelista, por todo apoio e confiança e às minhas irmãs, especialmente a Crisvânia Aquino, minha querida irmã mais velha, que me incentivou arduamente, erguendo-me de um momento difícil de extrema angústia e incertezas. Assim que soube da minha aprovação no Programa, não mediu esforços para me oferecer uma base sólida para começar esta jornada, procurando repúblicas, aparando-me, e me presenteando com os primeiros casacos para enfrentar o frio do sudeste, além de sempre me encorajar a superar minhas limitações e de acreditar que poderia sim, vencer e alcançar meus objetivos.Agradeço aos professores, funcionários e demais membros do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia do MAE/USP por toda acolhida, ensinamentos e paciência. Em especial ao querido Hélio Rosa de Miranda, sempre disposto a ajudar e recomendar as melhores leituras.À professora Verônica Wesolowski, por ter acreditado desde o início nesta pesquisa e principalmente nesta pesquisadora jovem, cheia de sonhos. Entrar no doutorado aos 23 anos e talvez não possuir a maturidade necessária, tendo sido a chave primordial para meu amadurecimento acadêmico. Por isso, agradeço pelo tempo, pelo esforço, pela dedicação, pelas conversas, pelas contribuições inestimáveis sobre como desenvolver pesquisa, e principalmente pela compreensão em diversos momentos difíceis e pela amizade.Ao Professor Andres Zarankin, por me apresentar em seus livros a Arqueologia da Repressão e por despertar meu interesse por grafites carcerários. E não menos importante, em 2018, por me conduzir para a Arqueologia das Corporalidades, apostando que eu poderia continuar desenvolvendo estudos arqueológicos nesta temática que iniciei na graduação. E de fato não estava errado.

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Produção da delinquência e rebelião: a fuga de presos da ilha Anchieta em 1952

Ferreira

2018

Rev. hist.

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ResumoNeste artigo apresentaremos alguns resultados alcançados em recente pesquisa sobre a rebelião e fuga em massa dos presos do Instituto Correcional da Ilha Anchieta, ocorrida em junho de 1952. Num primeiro momento, demonstraremos como o estudo do perfil dos presos da ilha contribuiu para compreender o processo que levou à primeira grande rebelião e fuga em massa de um presídio brasileiro. Sob esse aspecto, a rebelião em 1952 foi o ápice trágico e dramático de uma prática de encarceramento e gestão da delinquência e, de modo complementar, sua ocorrência foi determinada pela natureza das relações estabelecidas entre os agentes ligados ao controle social. Sob este último aspecto, num segundo momento da exposição, demonstraremos de que maneira os conflitos entre funcionários e militares tiveram papel decisivo na deflagração daquela insurgência, fato que repercutiu de modo decisivo na expansão do encarceramento em São Paulo.

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Rebelião e reforma em São Paulo: aspectos socioeconômicos e desdobramentos políticos da primeira fuga em massa de um presídio brasileiro (Ilha Anchieta, 1952)

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As prisões de um delinquente rebelde: João Pereira Lima, 41 anos como reincidente genérico e incorrigível

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O corpo que me aprisiona: identidade e autorreferências no mundo prisional da Ilha Anchieta (1942-1960)

Produção da delinquência e rebelião: a fuga de presos da ilha Anchieta em 1952

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