INTRODUÇÃOA radioterapia craniana é uma modalidade de tratamento importante na gestão dos tumores primários e metastáticos do cérebro, leucemia e linfomas. Entretanto, essa modalidade de terapia pode ocasionar alterações cerebrais que geram danos ao indivíduo, incluindo, cognitivos (GARCIA, 2015;ANDRES-MACH, 2008; MONJE, 2003; LOGANOVSKY, 2001). Além disso, a exposição do indivíduo à radiação ionizante (RI) pode causar efeitos diretos e indiretos nas estruturas vivas. Os efeitos indiretos resultam em radicais livres, que são bastante reativos, podendo interferir com o metabolismo de proteínas, dos lipídios e carboidratos, e quanto aos efeitos diretos, eles ocorrem quando a radiação é absorvida diretamente por moléculas importantes no metabolismo celular, como enzimas e o DNA (GARGIA, 2015). H. Davis e P. Davis (1939) foram os primeiros pesquisadores que utilizaram o eletroencefalograma (EEG) para estudar os efeitos das radiações ionizantes sobre o cérebro. Em seus estudos, eles encontraram significativas mudanças na atividade elétrica em macacos expostos à radiação, enquanto que, Yaar e colaboradores (1982) mostraram que doses de radiação ionizante entre 1,5 e 4 Sv podem ocasionar um aumento das ondas beta no EEG em homens e mulheres. Pesquisas demostram que as células neurogênicas localizadas na zona subgranular (SGZ), que dão origem aos neurônios do giro denteado do hipocampo (CHEN, 2008), são sensíveis à radiação ionizantes, pois doses que variam entre 0,4 Gy e 18 Gy podem levar a apoptose dessas células. Após 48 horas da exposição à radiação ionizante é possível observar uma redução da proliferação de células, da diferenciação celular e aumento da apoptose, que podem persistir durante meses (ANDRES-MACH, 2008; MONJE, 2003). Alguns estudos apoiam a hipótese de que essa diminuição da neurogênese contribui para os déficits cognitivos apresentados por pacientes após a radioterapia craniana (MONJE, 2003). Mesmo pequenas doses, podem afetar vias neurais envolvidas no envelhecimento normal, bem como nas vias envolvidas na doença de Alzheimer. Também podem ocasionar mudanças no perfil de expressão do gene, e respostas neuroinflamatórias (LOGANOVSKY, 2009). Em trabalhos experimentais a atividade elétrica cortical pode ser obtida diretamente do córtex do animal, com uma técnica conhecida como eletrocorticograma (ECoG), enquanto que no eletroencefalograma (EEG) os sinais cerebrais são capturados por meio de eletrodos posicionados no couro cabeludo, o que caracteriza uma forma não invasiva. O eletrocorticograma (ECoG) é uma metodologia de registro da atividade elétrica do córtex cerebral, a qual utiliza eletrodos fixados diretamente na superfície exposta do córtex. O ECoG registra a atividade na superfície ou no interior do córtex cerebral, portanto é mais invasivo do que o EEG, porém traz informações com maior precisão (SANTOS, 2007;CARDOSO, 2005). Métodos matemáticos têm sido usados na análise dos registros do EEG e do ECoG (AGUIAR et al, 2015), dentre esses métodos a complexidade de Lempel-Ziv tem sido usada para i...