Racismo: Uma Questão de Saúde Pública e de Gestão na Perspectiva de Gênero

Abstract

As iniquidades em saúde estão associadas as demandas socioeconômicas, raciais e de gênero, e a mulher negra encontra-se em condições de desvantagem devido o mito da democracia racial, não recebendo um tratamento humanizado como as mulheres brancas. O objetivo do estudo foi fazer uma revisão de literatura sobre o racismo e as consequências na saúde em termos de gênero alinhado a gestão usando como método a revisão narrativa. O racismo institucional fortalece as mazelas contra as mulheres negras demonstrando a necessidade de uma gestão eficiente em saber lidar com os grupos considerados minoritários no sistema capitalista , tendo como proposta uma liderança inclusiva, para treinar, capacitar e fortalecer o diálogo sobre a desnaturalização do racismo e reduzir o índice de doenças prevalentes nesta população e também o absenteísmo. Como o racismo é histórico e as vicissitudes de um preconceito de marca sugere-se desconstruir este mito de democracia racial de forma continua nas instituições públicas,privadas e filantrópicas, através da reestruturação das políticas públicas , valorização e reconhecimento do potencial das mulheres e principalmente mulheres negras.

Atenção Integrada À Saúde Da População Negra No Brasil: Revisão Narrativa

“…⠀⠀⠀⠀⠀⠀Não obstante, para Ferreira (2018), o racismo e a saúde sob a perspectiva de gênero representam a necessidade de maiores investimentos nas políticas públicas voltadas para gênero e raça, além da capacitação, treinamento e desenvolvimentos dos profissionais que estão inseridos nos serviços que, em geral, nesse setor, ainda são os principais agentes de fortalecimento da desigualdade social. É preciso se fazer compreender que o racismo no trabalho e na sociedade levam ao adoecimento.…”

Racismo institucional: percepção sobre a discriminação racial nos serviços de saúde / Institutional racism: perception about racial discrimination in health services

“…Neste contexto, sabe-se que a população negra está vulnerável a inúmeras patologias que podem ser justificadas pela exclusão social, política, econômica e cultural (10) . No Brasil, apesar de leis, decretos e Políticas Públicas que proíbem a discriminação racial, o racismo estrutural se mantém ordenando a vida social nos diferentes espaços, inclusive no setor saúde (11) .…”

“…No Brasil, apesar de leis, decretos e Políticas Públicas que proíbem a discriminação racial, o racismo estrutural se mantém ordenando a vida social nos diferentes espaços, inclusive no setor saúde (11) . Os resultados deste processo histórico de marginalização da população negra são avassaladores e refletem na inadequação e insuficiência do acesso aos serviços de saúde, na fragilização significativa da assistência à saúde prestada e na perpetuação da desigualdade racial e social (10) .…”

“…A construção dessa política está assentada nas evidências da vasta desigualdade em saúde da população negra. Todavia, mesmo com a sua implantação, estudos têm evidenciado a presença do racismo institucional, e sua prática compõe como determinante social de saúde que contribui negativamente para o acesso ao bem estar em saúde (10) .…”

“…Destaca-se que a dificuldade da implementação equitativa de ações e políticas públicas para a adequada execução das práticas assistenciais em saúde à luz dos direitos humanos, pode culminar em sérias consequências à saúde de usuários, como a negligência, a omissão e mesmo o óbito (12) . Entende-se, portanto, que as barreiras enfrentadas pela população negra para acessar os serviços também evidenciam o racismo estrutural que se mantém no Brasil (10) .…”