Abstract:Esta tese não avançava e tudo estava meio chato e sem sentido até conhecer Flávia Sanches que, aceitando meu pedido de assinar Carvalho, me deu sentido para o presente e vontade para o futuro. Flávia, você mudou para muito melhor a minha vida e a você, meu amor, rendo meus primeiros agradecimentos.Este trabalho começou a ser construído, enquanto projeto de vida, no fim da minha graduação, em 2000, com a redação da monografia. Naquele momento, quando os meios materiais não me eram nenhum pouco favoráveis, Rosan… Show more
“…A prática social da luta pela terra constituiu-se historicamente no Brasil a partir da conformação secular de uma questão agrária própria a esta formação social, a qual é definida por Carvalho (2011) pelo conjunto de ações e relações sociais estabelecidas no meio rural a partir do processo de expropriação, produção e reprodução social capitalista, o qual institui e vai definindo, de forma geral e particular, o fenômeno da luta pela reforma agrária no país. Manifestando de modo mais intenso as tensões existentes entre formas de uso da terra concorrentes entre si, dado que a lógica rentista do capital agrário apresenta formas de apossamento que limitam e subordinam a reprodução social camponesa, a reprodução ampliada do capital na agricultura brasileira requereu não apenas a alienação e apropriação do trabalho humano sob a forma de mais-valia (realizada posteriormente na esfera da circulação de mercadorias), mas também a apropriação de outro instrumento fundamental de produção, a terra: [...] o desenvolvimento capitalista da agricultura tem particularidades em relação ao da indústria.…”
Section: unclassified
“…De acordo com Carvalho (2011), a modificação da base tecnológica em que se sustentava a produção agrícola paulista e brasileira, propiciada pelas políticas macroeconômicas voltadas para expansão da produtividade do setor, ampliou a produtividade do trabalho no campo por meio do aumento no nível de mecanização desta atividade, alterando sobremaneira a escala de exploração das propriedades rurais e provocando o aumento da quantidade das áreas mínimas necessárias para garantia da rentabilidade econômica (o que por sua vez gerou uma rápida valorização financeira da propriedade fundiária). Por outro lado, transformou significativamente as características e as formas de absorção da mão-de-obra rural utilizada nos ciclos das principais lavouras, com o notório aumento da sazonalidade e diminuição dos postos de trabalho no setor agropecuário, acarretando a ampliação do excedente de força de trabalho agrícola e a intensificação do êxodo rural, que em grande parte se direcionou rumo aos grandes e médios centros urbanos.…”
Neste artigo problematizamos a situação de criminalização de que é vitima a população camponesa envolvida na luta pela reforma agrária no Brasil. Por meio de revisão bibliográfica específica à questão agrária brasileira e da análise fenomenológica dos registros de campo coletados no processo investigativo junto aos/as agricultores/as assentados/as no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Santa Helena, localizado no município de São Carlos/SP, defendemos que as experiências de vida individuais e coletivas engendradas pelas ações dos movimentos de luta pela terra são marcadas pelos conflitos de classes e raciais expressos nas reações de violência e criminalização sofridas por trabalhadores/as sem-terra.
“…A prática social da luta pela terra constituiu-se historicamente no Brasil a partir da conformação secular de uma questão agrária própria a esta formação social, a qual é definida por Carvalho (2011) pelo conjunto de ações e relações sociais estabelecidas no meio rural a partir do processo de expropriação, produção e reprodução social capitalista, o qual institui e vai definindo, de forma geral e particular, o fenômeno da luta pela reforma agrária no país. Manifestando de modo mais intenso as tensões existentes entre formas de uso da terra concorrentes entre si, dado que a lógica rentista do capital agrário apresenta formas de apossamento que limitam e subordinam a reprodução social camponesa, a reprodução ampliada do capital na agricultura brasileira requereu não apenas a alienação e apropriação do trabalho humano sob a forma de mais-valia (realizada posteriormente na esfera da circulação de mercadorias), mas também a apropriação de outro instrumento fundamental de produção, a terra: [...] o desenvolvimento capitalista da agricultura tem particularidades em relação ao da indústria.…”
Section: unclassified
“…De acordo com Carvalho (2011), a modificação da base tecnológica em que se sustentava a produção agrícola paulista e brasileira, propiciada pelas políticas macroeconômicas voltadas para expansão da produtividade do setor, ampliou a produtividade do trabalho no campo por meio do aumento no nível de mecanização desta atividade, alterando sobremaneira a escala de exploração das propriedades rurais e provocando o aumento da quantidade das áreas mínimas necessárias para garantia da rentabilidade econômica (o que por sua vez gerou uma rápida valorização financeira da propriedade fundiária). Por outro lado, transformou significativamente as características e as formas de absorção da mão-de-obra rural utilizada nos ciclos das principais lavouras, com o notório aumento da sazonalidade e diminuição dos postos de trabalho no setor agropecuário, acarretando a ampliação do excedente de força de trabalho agrícola e a intensificação do êxodo rural, que em grande parte se direcionou rumo aos grandes e médios centros urbanos.…”
Neste artigo problematizamos a situação de criminalização de que é vitima a população camponesa envolvida na luta pela reforma agrária no Brasil. Por meio de revisão bibliográfica específica à questão agrária brasileira e da análise fenomenológica dos registros de campo coletados no processo investigativo junto aos/as agricultores/as assentados/as no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Santa Helena, localizado no município de São Carlos/SP, defendemos que as experiências de vida individuais e coletivas engendradas pelas ações dos movimentos de luta pela terra são marcadas pelos conflitos de classes e raciais expressos nas reações de violência e criminalização sofridas por trabalhadores/as sem-terra.
“…A década de 1950 foi marcada pela suplantação do setor agroexportador pelo industrial. O debate em torno do desenvolvimento e do crescimento fundamentava medidas do governo de João Goulart e do Congresso como o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social 12 , que previa reformas de base como a agrária (CARVALHO, 2011). As oligarquias 13 se mobilizaram e isso levou a conflitos como a República Socialista de Trombas/GO, as Ligas Camponesas/PE e a Revolta Camponesa/PR, nos quais estavam presentes o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a Igreja Católica (MARTINS, 1994).…”
Section: S I S T E M a D E U S O E P R O P R I E Da D E D E T E R R A...unclassified
Essa cartilha é uma publicação que orienta práticas em saneamento rural a partir de atividades desenvolvidas pelo Grupo de Estudos e Intervenções Socioambientais - GEISA - da Universidade de São Paulo, no âmbito do Assentamento Comunidade Agrária Nova São Carlos. A proposta é compartilhar e difundir as trocas de saberes realizadas entre a equipe do GEISA e assentados do Assentamento Comunidade Agrária Nova São Carlos, por meio de atividades teóricas e práticas que foram documentadas e sistematizadas nesta obra. Com isso, procura-se prover referências para a capacitação de grupos extensionistas e assentados no aspecto do saneamento rural. Os capítulos estão alicerçados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, compromisso global firmado em 2015 por 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU). No contexto desse compromisso, chefes de Estado adotaram 17 objetivos, 169 metas e 231 indicadores globais para o desenvolvimento sustentável.
“…Observadas as atividades econômicas e as relações de trabalho que propiciam meios de subsistência e/ou ocupação à parte expressiva da população em São Tomé e Príncipe encontramos correspondência com o que Delgado (2004) chamou de economia de subsistência para o caso brasileiro. No Brasil e em STP, tais relações não são reguladas por um contrato monetário de trabalho e não são, a priori, pensadas para fins lucrativos (CARVALHO, 2011).…”
Section: Agricultura De Subsistência E a Condição Campesina Santomenseunclassified
“…Observada essa correspondência entre a realidade da economia de subsistência encontrada em Monte Café e a estudada no Brasil, podemos inferir que ela tem um papel relevante pois está associada ao setor produtor de pequeno excedente monetário que, mesmo precário e de baixo nível técnico, é considerado como parte constitutiva da economia, primeiro colonial e depois nacional, garantindo condições de existência para um grande contingente populacional (FURTADO, 2005;CANO, 2002;CARVALHO, 2011) Por outro lado, na ausência de capacidades estatais que possam gerar processos dinâmicos e sinérgicos no território rural em STP, a economia de subsistência parece ocupar um espaço significativo na economia de Monte Café. É fato que a baixa escolaridade dos camponeses de Monte Café dificulta avanços mais sistemáticos e uma disputa mais perene em prol de melhores condições de vida e trabalho na região.…”
Section: Agricultura De Subsistência E a Condição Campesina Santomenseunclassified
Este trabalho é fruto de uma pesquisa de campo realizada na comunidade agrícola de Monte Café no país africano de São Tomé e Príncipe (STP). As atividades de campo foram realizadas nos primeiros meses de 2018 e as análises e aprofundamento bibliográfico se estenderam por 2018 e 2019. O objetivo do trabalho foi o de, a partir do estudo de caso apresentado, lançar luz à realidade concreta dos camponeses no país. Com o esgotamento do ciclo açucareiro, o café e o cacau assumiram uma posição de destaque, ainda no século XIX, destaque esse que se mantém até os dias atuais. Preso a uma economia agrária-exportadora, o país não logrou um processo de industrialização que pudesse alterar a dinâmica econômica recente. Ademais, a baixa capacidade estatal registrada após a independência do país contribuiu para que se estruturasse uma agricultura de subsistência integrada a um insipiente mercado como garantia de renda para a reprodução material dos agricultores. São Tomé e Príncipe é, nos dias atuais, um país agroexportador caraterizado por um baixo grau de desenvolvimento, notadamente no território rural, e isso por seu turno tem contribuído para que quase toda a população rural esteja em um nível de vida marcada pela pobreza. Como citar este artigo:SANTOS, Ayolse Andrade Pires dos; CARVALHO, Joelson Gonçalves de. Campesinato e agricultura de subsistência em São Tomé e Príncipe: notas para se pensar desenvolvimento e inclusão. Revista NERA, v. 24, n. 58, p. 168-188, mai.-ago., 2021.
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