Neste texto discuto o dilema vivido pela educadora Nísia Floresta, diante de ataques públicos sofridos, em função da sua proposta curricular para educação de mulheres no século XIX. O artigo ilustra como, historicamente, as mulheres sofreram com ataques androcêntricos em cenários sociais injustos e de desigualdades na luta para aprender e ensinar matemática. Para tanto, em termos estruturais, após uma breve introdução sobre a adequação do debate feminista aos estudos curriculares, segue uma discussão sobre o conceito de “reconhecimento”, e finalmente uma seção que analisa publicações de um jornal com teor agressivo e difamatório sobre Nísia Floresta. Em termos metodológicos, foram analisados excertos de textos publicados no Jornal O Mercantil, levantados dentre os arquivos digitais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, noticiando sobre a educadora, considerando o conceito de “reconhecimento” da filósofa feminista Seyla Benhabib.